“Nós vamos às ruas colocar nossa opinião e abordar as massas”

1. Batista, tivemos um vitorioso processo de Conferências do Partido aqui no estado, que culminou na 18ª Conferência Estadual do PCdoB-RJ. Qual sua avaliação desse processo?
— Uma avaliação muito positiva, o partido sai com rumo político definido, mais unido com um projeto comum e bastante preparado para enfrentar as próximas batalhas, sobretudo a batalha eleitoral de 2014. Por isso o lançamento da pré-candidatura de Jandira Feghali é um grande fator de unidade e uma forma de apresentar perspectiva – não só política para o partido – como também para construir uma alternativa para o governo do estado do Rio de Janeiro. Unificamos também em torno do projeto eleitoral proporcional para 2014.

O Partido cresceu e com isto as responsabilidades também, hoje dirigimos três prefeituras, saímos de 12 para 26 vereadores no estado, dirigimos a CTB, UEE e contribuímos para reconstruir a FAMERJ entre outros movimentos sociais que conta com nosso protagonismo. O processo das conferências contribuiu para imprimir maior consciência, compromisso e organização da militância com os objetivos maiores do Partido.

2. Estamos a poucos dias do 13° Congresso do PCdoB, qual a expectativa para esse momento que – como você mesmo constantemente faz questão de enfatizar – é sempre um momento histórico?
— O resultado do Congresso do Partido acaba, também, influenciando a vida política brasileira, por isso não é indiferente o resultado e as resoluções que vamos aprovar lá. Foram quatro meses de debates nos estados, nas assembleias de base, nas organizações intermediárias, nas direções municipais, organizações de base; então esse Congresso será uma síntese, um desfecho desse conjunto de debates a partir de uma tese central aprovada pela direção nacional do partido. Por isso eu penso que o PCdoB mais uma vez vai se fortalecer, nosso partido está muito em sintonia com os processos de mudança que demanda a Nação. Porque o PCdoB foi partícipe desses 10 anos do ciclo de mudanças iniciado por Lula, que trouxeram muitas conquistas políticas e sociais para o nosso país. Penso que através desse 13° Congresso nós vamos conseguir detectar as contradições e buscar maneiras de impulsionar ainda mais a luta pelo novo projeto de desenvolvimento nacional, como caminho concreto e real, ao socialismo em nossa pátria.

Do ponto de vista de nossa organização, construir um Partido Comunista de massas sem se descaracterizar é o grande desafio de nossa época.

3. A Conferência Estadual lançou o nome de Jandira ao governo do estado. O que já avançou em relação a essa importante candidatura, e quais os próximos passos a serem dados?
— Nunca podemos estreitar o nosso caminho, nós construímos essa alternativa dentro de uma visão ampla de política, no sentido de compor um campo de esquerda popular, democrático e progressista aqui em nosso estado. Por isso, sempre colocamos que esse processo não é um rompimento com o PMDB – porque nós temos alianças com o PMDB em nível nacional e em alguns municípios no estado, que são importantes pra nós – mas uma maneira de construir uma nova alternativa para 2014, já que as forças aliadas ao governo Dilma aqui no estado estão fragmentadas. Então é preciso tomar iniciativa política para aglutinarmos forças políticas e sociais no campo da esquerda para fazer avançar o processo de mudanças em nível nacional e também estadual.

Para fortalecer a candidatura de Jandira, nesse ano ainda teremos um Seminário, que será realizado no dia 28 de novembro; já estamos contando com a contribuição de intelectuais que estudam o Rio de Janeiro nas várias frentes, nos vários aspectos; para elaborarmos sobre as demandas do estado, como a democracia e o desenvolvimento social. Nós vamos para as ruas! A partir das sínteses das propostas da candidatura da Jandira Feghali, elaboradas neste evento de 28 de novembro, nós vamos para as ruas colocar nossa opinião, encontrar e abordar as massas nos pontos de concentração das principais cidades do Rio de Janeiro. E também teremos o programa no final do ano em que nós vamos trabalhar essas propostas e apresentar para milhões.

4. Neste sábado (09) aconteceu a reunião do novo Comitê Estadual do PCdoB-RJ, marcada por muita unidade, que elegeu a Comissão Política e o Secretariado do Partido. Qual a importância dessa reunião tão unitária e da definição dessa nova direção estadual para os desafios desse próximo período, que inclui uma importante eleição em 2014, a construção de uma candidatura majoritária com a Jandira, e de um programa político aprofundado para o estado.
— Precisamos de um Partido unido, que tenha o projeto político comum no centro, pois só é possível unidade de ação com projeto comum. Acredito que nessa reunião demos um passo importante no sentido de definir esse projeto e eleger a Comissão Política, que vai funcionar entre uma reunião e outra do Pleno; além de fortalecermos o protagonismo da Direção Estadual, composta por 63 membros, e darmos uma conotação mais política, mais ágil para a Comissão Política Estadual. Por isso elegemos essa nova Comissão com 23 membros, que compõem as várias frentes políticas e sociais, desde a luta política institucional à luta de massas, estrutura partidária e à luta de ideias.

Aprovamos também um novo sistema de direção que contempla os vários aspectos das tarefas partidárias. A reunião também resolveu relançar a Fundação Maurício Grabois aqui no estado, que será um instrumento – juntamente com a Fundação a nível nacional – para estudar prioritariamente o Rio de Janeiro, para examinar a realidade estadual, buscar formas de integrar mais a nossa luta no Rio de Janeiro a esse Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento que defendemos e que nós vamos debater agora no 13° Congresso do PCdoB.