Publicado 12/11/2013 10:50 | Editado 04/03/2020 16:46
Presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), foi deputado federal e juiz federal
Este mês, o Brasil conseguiu dar um importante passo para ampliar a projeção de sua imagem no exterior. Tive a honra de inaugurar 13 Escritórios Brasileiros de Turismo (EBTs) que passarão a ser responsáveis, a partir de agora, pela promoção de seus atrativos turísticos. Esses escritórios terão um papel essencial na política de promoção da Embratur e serão importante ferramenta de inteligência comercial do país no exterior.
Os EBTs são uma inovação importante porque vão permitir fazer ajustes finos em nossa política promocional. Os 13 gestores vão trabalhar in loco nos principais mercados turísticos do Brasil – ou seja, os países que mais enviam turistas para nosso país ou que têm potencial para aumentar o fluxo em um curto espaço de tempo.
Nesses locais, os EBTs poderão prospectar em tempo real as oportunidades que surgem com novas tendências. Por exemplo, o EBT em Nova York pode perceber um aumento do interesse dos viajantes por ecoturismo ou por turismo cultural. Nesse caso, demandará a base da Embratur, em Brasília, para direcionar as ações promocionais naquele mercado oferecendo mais produtos desses segmentos turísticos. Claramente, os EBTs representam uma mudança de nível na qualidade e inteligência do trabalho promocional do Brasil.
Na mão inversa, os EBTs também vão ser importantes bases de apoio para as ações promocionais que a Embratur faz quase que diariamente no exterior. Em 2012, realizamos mais de um evento por dia útil do ano e este ano caminhamos no mesmo ritmo. São feiras, entrevistas coletivas, ações promocionais de rua, e eventos próprios, como o premiado Goalto Brasil. Nos principais mercados, agora, os EBTs poderão dar um apoio não só logístico de informações preciosas para que o trabalho nesses eventos seja o mais proveitoso possível.
A criação dos EBTs foi um processo ao qual me dediquei desde o primeiro dia em que pisei na Embratur. O contrato para manutenção desses escritórios no exterior havia acabado e, para completar, eram necessários ajustes estruturais na forma de contratação para seguir as novas recomendações dos órgãos de controle. Realizamos um trabalho incansável de redesenho da matriz dos contratos, com o qual contei com o apoio de servidores da casa que trabalham há décadas na Embratur. A decisão de valorizar esses funcionários, hoje percebo, foi essencial para o sucesso do projeto.
Os servidores possuem o “saber vivido” do qual falava Camões, a experiência do que obteve ou não sucesso em diferentes gestões. Com isso, podem mais facilmente tanto executar diversas missões como orientar os gestores a tomar as melhores decisões para obter o resultado esperado ao contribuinte, que é o nosso verdadeiro chefe.
Com o apoio desses verdadeiros sábios do serviço público, pudemos criar novas regras que exigem um controle maior da produção das empresas responsáveis pelos EBTs. Com o prazer do trabalho realizado, pude, na semana que passou, dar uma palestra aos 13 especialistas em turismo que irão gerir os Escritórios Brasileiros de Turismo.
São profissionais de alta qualificação, todos com experiência no mercado de turismo ou dentro da própria Embratur. Acredito que pessoas já com experiência diária da iniciativa privada ou de dentro da instituição darão aos EBTs o nível de capacidade operacional que precisamos às vésperas do Copa do Mundo, quando terão de começar a operar já a todo vapor.
Os escritórios funcionarão em Buenos Aires – para atender todo o Mercosul; em Lima – para atender a região Andina da América do Sul; e nos mercados europeus de Alemanha – em Frankfurt; Reino Unido – em Londres; Holanda – Amsterdã; França – Paris; Espanha – Madri; Portugal – Lisboa; e Itália – em Milão.
Nos Estados Unidos, dado o potencial de crescimento de emissão de turistas daquele país para o Brasil – são os estrangeiros que mais reservaram ingressos para a Copa – decidimos criar três EBTs: em Nova York – para atender a Costa Leste; Los Angeles – a costa Oeste; e Chicago; para atender o centro do país, além de Canadá e México.
Por fim, também estamos abrindo um EBT no Japão, que será responsável pela promoção conjunta do Brasil com outros países do Mercosul. A oferta de roteiros unificados para o turista de longa distância aumenta as chances de entrar na sua lista de viagens.
Com essas inovações, tenho certeza que contribuiremos para que o Brasil alcance um novo patamar da entrada de turistas no Brasil, ultrapassando, já este ano, a marca dos 6 milhões de turistas. Cada um deles ajuda a movimentar uma indústria que responde por 10% da economia do Nordeste. Tenho certeza que os novos turistas que os EBTs serão capazes de trazer vão se converter em emprego e renda para os mais de 10 milhões de brasileiros que trabalham com turismo.