Publicado 13/11/2013 18:34 | Editado 04/03/2020 17:13
A maior reserva de água doce da América do Sul, em que grande parte se encontra em solo catarinense, pode estar sob ameaça, segundo o levantamento feito pelos pesquisadores do projeto Rede Guarani Serra Geral. O assunto é tratado no Simpósio de Recursos Hídricos que acontece no plenarinho da Assembleia Legislativa, até esta quinta-feira (14), onde estão sendo apresentados cerca de 30 projetos e soluções que ajudem a evitar a contaminação da água subterrânea.
O presidente do Comitê da Bacia do Rio Jacutinga e vereador por Concórdia, Vilmar Comassetto (PCdoB), participa do Simpósio e explica a importância do encontro para discutir os métodos de preservação, educação ambiental e políticas públicas na área. Segundo ele, a contaminação por agrotóxicos, aterros e diversas intervenções humanas comprometeram a qualidade da água subterrânea.
“Trabalhamos muito com a educação ambiental, afinal as pessoas só preservam o que conhecem. No estado, existem cerca de 2.500 poços perfurados, e só estão em uso 1.500. Estamos reunidos para discutir o motivo do pouco uso, além do porque estarmos consumindo água de má qualidade e o que pode ser feito para mudar esta realidade”, pontua Comassetto.
Segundo o coordenador da Rede Guarani Serra Geral e professor de geografia da UFSC, Luiz Fernando Scheibe, foi montada uma estrutura para especificar a qualidade dos rios e dos poços de profundidade, neste processo. De acordo com o resultado, a qualidade de dois rios analisados é "ruim" e foi detectada contaminação orgânica em grande parte dos poços.
“O fato aponta para a continuidade do monitoramento, a necessidade de um marco político que se ordene o saneamento básico e diminuição do uso de elementos contaminantes agropecuários. Somente com a gestão integrada de recursos hídricos e o uso consciente e criterioso é que vão garantir a continuidade do desenvolvimento econômico de Santa Catarina”, afirma o professor.
A deputada Angela Albino (PCdoB) é proponente de um projeto que prevê o uso e reaproveitamento da água nos prédios da Assembleia Legislativa de Santa Catarina por meio de adequações estruturais, além de ser autoria do PL que institui o Programa Estadual de Conservação, Uso Racional e Reaproveitamento das Águas no estado.