Publicado 25/11/2013 10:40 | Editado 04/03/2020 16:27
As universidades nasceram há mais de 800 anos com vocação civilizatória. A transformação própria da realidade, a democratização acentuada das relações e os avanços no mundo da tecnologia a influenciar em todos os setores colocaram novos desafios para estas instituições seculares. No Brasil temos instituições de referência mundial em áreas de grande importância para a ciência.
Para atender aos desafios do seu tempo, a maior riqueza das universidades e sua maior fecundidade deverão estar estribadas em três colunas mestras: a qualidade da formação, que marca e indica um patrimônio cultural e um fazer próprio de experiência; a relação indissociável entre a pesquisa e o ensino, encadeados ao processo de inovação e ações de extensão universitária e, por fim, seu relacionamento com a sociedade em geral.
Em universidades que conquistaram autonomia financeira, com orçamento global, alguns indicadores de êxitos em todos os campos de sua atuação na história recente, resguardadas as proporções, são representativas de um modelo que comprovadamente mostrou-se eficiente, tanto em São Paulo quanto na Paraíba. O mundo sem fronteiras deve deixar de ser formulação apenas ideologizada para se tornar prática corrente. Precisamos colocar nossas universidades no mundo e trazer o mundo para dentro delas.
A modernização tecnológica, a sintonia com o seu tempo, o olhar dirigido para o futuro, a procura pelas soluções dos problemas mais urgentes da nação devem estar lado a lado com a pesquisa pura, que pode colocar o País em condições de disputa num cenário internacional pautado pela economia global e as divisas geradas pelo conhecimento e inovação.
Da mesma forma, as universidades precisam abrir as portas para o acesso igualitário entre os que historicamente foram beneficiados por condições materiais privilegiadas e os filhos dos que vivem do trabalho. Não há projeto de desenvolvimento que possa prescindir de sólidas universidades. No Brasil, são as públicas as mais destacadas e com a maior parcela de responsabilidade neste desafio.
Nossas universidades públicas podem se tornar molas propulsoras do desenvolvimento. Desenvolvimento este que pense a nação, que contribua com a eliminação do fosso social que separa e humilha a maioria do nosso povo, chamado a construir a riqueza e expulso da mesa na hora da partilha; que prime pelo respeito ao ambiente; que permita emparelhar o Brasil às nações mais desenvolvidas do planeta, porém também desenvolvida como exemplo de solidariedade humana e justiça social.
Nossas universidades públicas estão chamadas a compartilhar esta edificação.
*Antonio Rangel Júnior é Reitor da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
Fonte: O Povo
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