CTB se une à mobilização pela reforma política e eleições limpas

 A CTB e demais entidades que integram a Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas realizaram nesta quarta-feira (27), em Brasília, o ato público denominado "Dia Nacional de Coleta de Assinaturas”. A ação marca o início de uma mobilização para recolher as cerca de 1,5 milhão de assinaturas necessárias para que possa tramitar o projeto de lei que altera as regras eleitorais.

Dentre os principais objetivos da Coalizão estão: proibição do financiamento privado de campanhas eleitorais; punição com cadeia para o crime de caixa 2; fortalecimento dos partidos políticos com a mudança do sistema político eleitoral; ampliação da participação feminina, entre outros.

O presidente da CTB, Adilson Araújo, participou do ato público e ressaltou a importância da reforma política, além de alertar a classe trabalhadora sobre o perigo do financiamento privado por empresas às campanhas eleitorais. "Enxergamos que as reivindicações, a maioria delas no atendimento da pauta trabalhista, tornam imprescindíveis a realização das reformas estruturantes que possam contribuir efetivamente numa mudança política, estatal e funcional da vida política nacional.”

Adilson Araújo avaliou que a reforma política é fundamental. “É uma vergonha perceber que os empresários, quando se fala em investimentos para a melhoria de condições dos trabalhadores, fogem como o diabo corre da cruz. Entretanto, eles financiam e contribuem para esquemas de corrupção que configuram num verdadeiro estelionato aos cofres públicos. E as atitudes desses empresários, ligados aos grandes blocos econômicos, dificultam ainda mais a vida dos trabalhadores", disse o presidente.

Aldemir Domício, presidente da CTB/DF, que também esteve na manifestação, enfatizou a importância da participação da Central nos movimentos sociais, principalmente com o apoio dos jovens trabalhadores, e defendeu uma significativa mudança na política eleitoral do país. “A CTB vem participando com afinco desses movimentos. Não pode se falar apenas em mudança num país, mudança de comportamento, se a gente não mudar o processo eleitoral da forma como é hoje. Nós apoiamos o financiamento político através dos recursos públicos, a participação igualitária de homens e mulheres dentro do nosso Congresso Nacional e uma facilitação da forma de apresentação de projetos populares dentro do Congresso. Esse país, para ser democrático, para se mudar, tem que mudar toda a forma eleitoral.”

Durante a manifestação, o secretário-geral da CTB/DF, Mário Lacerda, ressaltou que o dinheiro do empresário destinado às campanhas políticas não tem como finalidades o bem-estar da população. Esse investimento, segundo Larcerda, é a principal causa da corrupção no sistema eleitoral do Brasil. “Para que as eleições sejam transparentes, esse movimento começa aqui [com a mobilização das entidades civis]. A nossa assinatura, a partir de hoje, pode virar em lei”, observou Lacerda.

Entenda o movimento

A Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas é resultado de uma ação conjunta de entidades, que aprovaram o Manifesto da Sociedade Civil por uma Reforma Política Democrática e a proposta de projeto de lei de iniciativa popular, que tem como finalidade desencadear uma campanha cívica, unificada e solidária, pela efetivação de imediata da Reforma Política Democrática e Eleições Limpas.

A Coalizão reúne várias entidades da sociedade civil, que entraram em consenso em favor de uma única proposta de Reforma Política que unifica as entidades da sociedade civil e amplas camadas do povo brasileiro.

Entre os integrantes da Coalizão está a Frente Parlamentar pela Reforma Política com Participação Popular com amplo apoio dos partidos de esquerda no Congresso Nacional. Além da Frente Parlamentar, fazem parte desse movimento a CTB, a OAB, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, a União Nacional dos Estudantes, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, o Movimento dos Pequenos Agricultores, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, entre outros. Já existe o compromisso de 161 parlamentares de votar por essa iniciativa popular.

Fonte: Portal CTB