Oposição ucraniana pró-europeia é "um lobo com pele de cordeiro"

A polícia antimotins da Ucrânia destruiu várias barricadas no centro de Kíev, capital do país, em uma operação que resultou em vários feridos, tanto entre os agentes de segurança como entre os supostos manifestantes, que defendem uma "associação" com a União Europeia.

Entretanto, os ativistas não estão dispostos a deixar a Praça da Independência, símbolo dos protestos na capital ucraniana e asseguram que a defenderão a "qualquer custo".

"Estamos preparados para morrer por nossas ideias, não por dinheiro", provoca Opanaz, um membro do grupo fascista Right Sector.

Este grupo assumiu a responsabilidade dos enfrentamentos violentos com as forças da ordem nas imediações do palácio presidencial no último domingo (8).

"Quando tomamos os edifícios dos sindicatos e a prefeitura de Kiev fomos chamados de heróis, mas agora quando a polícia é preponderante, passamos a ser os provocadores", insiste Opanaz.

O grupo fascista exige não só a demissão do presidente ucraniano, mas também "repreende" os três principais partidos da oposição, chamando-os de covardes.

O sectarismo não é apoiado pela maioria dos manifestantes que se encontram nas ruas, muitos levados pela falsa ideia de que uma aliança com a União Europeia seria benéfica para o país.

Enquanto passa o tempo, as forças de segurança estão cercando os protestos no centro da cidade. Primeiro protegendo os edifícios governamentais e, agora, cercando a Praça da Independência, o primeiro lugar público que os manifestantes conseguiram tomar.

O governo já deu um ultimato há alguns dias. Nesta terça os manifestantes serão obrigados e deixar os edifícios do governo invadidos e retirar as barricadas.

Ao mesmo tempo, Ianukovitch, reuniu-se nesta terça com seus três antecessores no cargo – Leonid Kravchuk, Leonid Kutchmá e Víktor Iuchtchenko – para abordar a situação no país.

Segundo a Presidência, o chefe de Estado apoia a realização de uma mesa redonda nacional entre governo e oposição para encontrar uma "solução de compromisso" após 20 dias de protestos antigovernamentais.

A União Europeia, na esperança de aumentar ainda mais a pressão sobre o governo do país para que volte atrás na decisão de apoiar a aliança econômica com a organização, enviou para Kiev sua chefe da diplomacia, Catherine Ashton. Ela deverá reunir-se com Ianukovitch e os dirigentes opositores nas próximas horas.

Com agências