Golpismo na Ucrânia favorece nacionalistas na Polônia

A atual tentativa de golpe de estado que se pratica na Ucrânia com o apoio do Ocidente é extremamente benéfica para os nacionalistas e extremistas de direita no país vizinho, a Polônia, que viu surgir protestos violentos antirrusos e anticomunistas nos últimos 40 dias.

Embora a Ucrânia tenha rechaçado uma aliança econômica com a União Europeia, uma decisão acertada diante da crise econômica que atinge os países que se submeteram ao euro, a Rússia tem razões óbvias para preocupar-se com o destino de sua vizinha. Embora uma vitória dos nacionalistas não signifique uma ruptura nos laços econômicos da Ucrânia com a Rússia, isso deverá gerar uma série de desavenças nas relações da Rússia com o Ocidente.

Segundo especialistas em política na Polônia, ouvidos pela rádio Voz da Rússia, caso a Ucrânia aceite até 2015 uma união aduaneira com a Rússia, é provável é que os ruidosos lemas antirrussos, misturados ao ódio ao passado da região, levem ao poder o partido de direita Direito e Justiça (PiS) de Jaroslaw Kaczynski.

"Ao explorar a temática ucraniana, ele irá deteriorar as relações da Polônia com a Alemanha, com a UE e irá hostilizar definitivamente a Rússia. O drama ucraniano favorece o Partido Direito e Justiça", acredita Jerzy Urban, jornalista polonês que foi foi porta-voz do governo de Wojciech Jaruzlski, no fim dos anos 1980, e que se opunha ferozmente ao nacionalismo polonês.

"O partido de Kaczynski irá destruir a Polônia recorrendo à sua própria opinião pública. É aí que reside a verdadeira importância para a Polônia dos acontecimentos na Ucrânia" acredita Urban.

Com agências