Angela Merkel renova gabinete para governo de centro-direita

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, continua reafirmando seu poder sobre o governo. Já no terceiro mandato, a mandatária investe na formação de uma “grande coalizão”, com a inclusão do opositor Partido Socialdemocrata Alemão (SPD), e nomeou 16 ministros neste fim de semana, renovando o governo do seu partido liberal-conservador, União Democrata Cristã (CDU). A coalizão será confirmada pelo Bundestag (Câmara Baixa do Parlamento alemão) nesta terça (17).

Angela Merkel - Deutsche Welle

De acordo com a revista alemã Deutsche Welle, Sigmar Gabriel, presidente do SPD, entra na nova coalizão fortalecido. Torna-se o vice-chanceler federal e o “superministro” da Economia e da Energia, de acordo com a matéria publicada pela revista nesta segunda-feira (16).

Para o cargo de ministro das Relações Exteriores entra o também socialdemocrata Frank-Walter Steinmeier, que já ocupou o cargo no passado. O SPD ganha força, assim, ao decidir integrar a coalizão, depois de um referendo de consulta sobre esta opção.

O partido incluiu no grupo também Andrea Nahles, como ministro do Trabalho e Assuntos Sociais, Bárbara Hendricks, como ministra do Meio Ambiente e Infraestruturas, Manuela Schwesig, no Ministério da Família, e Heiko Maas, no Ministério da Justiça e do Consumo.

Na oposição, o partido também nomeou Joerg Asmussen (até então membro do Conselho Executivo do Banco Central Europeu) como secretario de Estado do Trabalho, e Aydan Özoguz, de origem turca, como secretária de Estado para Imigração, Refugiados e Integração.

O partido da União Social Cristã da Baviera (CSU) incluiu na coalizão Hans-Peter Friedrich, como ministro da Agricultura, Alexander Dobrindt no Ministério do Transporte e Infraestruturas Digitais, e Gerd Mueller no Ministério do Desenvolvimento.

No domingo (15), o CDU de Merkel elegeu pela primeira vez uma mulher para ocupar o cargo de ministra da Defesa, Ursula von der Leyen. "Eu confio que ela vai dominar isso muito, muito bem", disse Merkel ao anunciar Von der Leyen para o cargo em Berlim. Ela substitui Thomas de Maizière, também do CDU, que passará a ocupar a cadeira de ministro do Interior.

O novo gabinete de Merkel deve iniciar suas atividades na terça-feira (17), quase três meses depois da vitória obtida pelo seu partido, CDU, nas eleições parlamentares de 22 de setembro. As negociações para a formação da coalizão têm sido mantidas desde então.

De acordo com a Deutsche Welle, o partido da oposição, SPD, havia amargado o segundo pior resultado eleitoral da sua história nas eleições parlamentares, com 25,7% dos votos.

Gabriel foi responsabilizado pela derrota, e teria prejudicado Peer Steinbrück, que concorreu contra Merkel, com declarações e propostas infelizes que não tinham sido acordadas no seio do partido. Segundo a revista, ele mesmo espalhou dúvidas sobre a competência de Steinbrück, quando a candidatura do ex-ministro alemão das Finanças ameaçou se tornar um fiasco.

A participação do SPD na grande coalizão com a CDU e a CSU foi confirmada no sábado, após divulgação do resultado de uma consulta feita entre filiados do SPD. Quase 76% dos socialdemocratas que participaram do pleito aprovaram a entrada do partido no governo comandado por Merkel.

Da redação do Vermelho,
Com informações da Deutsche Welle