SUS fornecerá pílula do dia seguinte para vítimas de estupro 

A Câmara dos Deputados analisa proposta que altera a redação da lei publicada este ano que garante atendimento imediato às vítimas de violência sexual. De acordo com o projeto, a “profilaxia de gravidez”, prevista na lei, será reescrita para “medicação com eficiência precoce para prevenir gravidez”. 

O objetivo da medida, segundo justificativa da proposta assinada pelos ministros Eleonora Menicucci, da Secretaria de Política para as Mulheres (SPM), Alexandre Padilha, da Saúde e José Eduardo Cardozo, da Justiça, é corrigir “algumas imprecisões técnicas que podem levar a uma interpretação equivocada de seu conteúdo e causar insegurança sobre a aplicação das medidas”.

Na prática, o texto deixa ainda mais claro que o Sistema Único de Saúde (SUS) fornecerá a pílula do dia seguinte para as vítimas de estupro.

“Dessa forma, a nova lei estaria alinhada com a política pública já adotada no SUS e com as recomendações da Organização Mundial de Saúde em matéria de violência contra a mulher”, argumentaram os ministros. Eles também lembraram que essa política reduziu em 50% o número de abortos ilegais no País, entre 2008 e 2012.

O Projeto de Lei também muda na lei a definição de violência sexual. De acordo com o texto, são violências sexuais todas as formas de estupro. Segundo a lei hoje, a violência sexual é “qualquer forma de atividade sexual não consentida”. Os ministros argumentaram que a nova descrição vai ao encontro da nomenclatura usada hoje no Código Penal.

A proposta foi encaminhada ao Congresso no início de agosto, logo após a sanção da lei que obriga todos os hospitais do SUS a prestarem “atendimento imediato” e gratuito a vítimas de violência sexual. Além da oferta de pílula do dia seguinte, a assistência às vítimas envolve diagnóstico e tratamento de lesões; amparo médico, psicológico e social; coleta de material para exame de aids; e fornecimento de informações sobre os direitos legais.

A proposta, que tramita de forma conclusiva e em regime de prioridade, será analisada pelas comissões de Seguridade Social e Família e Constituição e Justiça (CCJ).

Da Redação em Brasília
Com Agência Câmara