Filarmônica de Viena revoga prêmios a dirigentes nazistas

A Orquestra Filarmônica de Viena revogou prêmios que havia concedido a seis dirigentes nazistas durante o regime de Hitler, numa resposta sem alarde às críticas ao modo como lida com seu passado.

Músicos judeus foram expulsos da Orquestra Filarmônica de Viena e morreram em campos de concentração nazistas

A medida simbólica, decidida em outubro, mas não anunciada publicamente, ocorre depois da publicação pela Filarmônica, no começo deste ano, de detalhes sobre sua conduta durante a era nazista, revelados pela primeira vez.

A orquestra é mais conhecida por seu concerto de ano-novo, uma apresentação anual de gala das valsas de Strauss, transmitida para milhões de pessoas em todo o mundo. A fundação privada que administra a filarmônica é cuidadosa no modo como cultiva sua imagem de ícone da Viena musical. A instituição vem cedendo lentamente à pressão para tratar abertamente de sua conduta nos anos do nazismo, que recentemente definiu como “um período obscuro” de sua história – incluindo o fato de que o concerto de ano-novo foi inventado como instrumento de propaganda nazista.

Os membros da orquestra votaram por unanimidade para revogar os anéis de honra e medalhas Nicolai concedidas a seis líderes do alto escalão nazista, disse o historiador de Viena Oliver Rathkolb, que trabalhou com a orquestra para documentar seu passado.

"Isso é correto", disse Rathkolb, professor de história contemporânea na Universidade de Viena, confirmando o que uma fonte com conhecimento da situação havia dito à agência inglesa de notícias Retuers.

Cerca de metade dos músicos da Filarmônica era membro do partido nazista em 1942, quatro anos depois da anexação da Áustria por Hitler, e 13 músicos com origem ou parentesco judaico foram expulsos da orquestra. Cinco deles morreram em campos de concentração.

Fonte: Correio do Brasil