Rodoviários da BA devem voltar às ruas no Natal e Ano Novo

As linhas de ônibus que fazem o transporte metropolitano já voltaram ao normal após a manifestação realizada pelos trabalhadores rodoviários na madrugada desta segunda-feira (23), em Salvador (BA). Nesta segunda (23) e terça-feira (24) a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários da Bahia se reúne para discutir se haverá manifestação no Natal e no Ano Novo nas linhas que rodam para o interior do Estado.

O protesto foi contra a permanência na prisão do motorista Jocival Pinto, que atropelou o médico Raimundo Pereira da Silva Filho e sua irmã em janeiro deste ano, na Estrada do Coco. Enquanto isso, a médica acusada de causar o acidente, que deixou uma terceira vítima em estado grave, foi libertada.

Os rodoviários das empresas da Região Metropolitana de Salvador paralisaram as atividades na manhã desta segunda-feira (23). De acordo com sindicato, os coletivos das empresas Rio Vermelho, Via Nova, Dois de Julho, Costa Verde, ODM e BPM só voltaram a circular em Salvador e RMS por volta das 9h de hoje.

“O clima na categoria é de muita indignação por conta dessa decisão da justiça que age com dois pesos e duas medidas. A médica ficou detido 60 dias e foi liberada enquanto o motorista está preso há 11 meses, sendo que o caso da médica tem o agravante das mortes. Não é nem o caso de exigir igualdade de direitos porque o caso dela é muito mais grave”, afirma o presidente do Sindicato Hélio Ferreira.

Desde a liberação da médica Kátia Vargas, apontada pelo Ministério Público como responsável pela morte dos irmãos Emanuel e Emanuelle Gomes no mês de outubro, em Ondina, a categoria está insatisfeita com a permanência de Jocival na prisão. O motorista, que está preso há 11 meses, é indiciado por três tentativas de homicídio.

Segundo Ferreira, a reunião amanhã será decisiva. "Nosso objetivo é decidir se os motoristas dos ônibus interestaduais irão paralisar as atividades neste período do Natal e Ano-Novo", conta. "É muito provável que isto aconteça, e que as pessoas que vão viajar para o interior nesta época fiquem sem ônibus".

Hélio percorreu garagens de várias empresas e em todas pode constatar o clima de indignação e revolta da categoria.

O diretor de imprensa do Sindicato, Daniel Mota, lembra que o motorista não tem antecedentes criminais, tem emprego, endereço fixo e não oferece risco à sociedade. “Não há motivo para ter prisão preventiva menos ainda para regime fechado. O motorista tem os mesmos direitos penais da médica. A Justiça tem que ser igual para todos”, enfatiza.

Com informações do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários da Bahia