Jô reúne partidos da base para discutir projeto para Minas 

“Estamos construindo um projeto para Minas Gerais, sem descartar a possibilidade de uma terceira via. Esta iniciativa veio de uma provocação da deputada Jô Moraes de reunir os partidos da base da presidente Dilma para discutir um projeto de desenvolvimento para Minas sem se comprometer com candidaturas, mas com uma agenda de progresso e crescimento econômico”. 

Assim o presidente do PMDB mineiro, deputado federal Saraiva Felipe, explicou o encontro, na antevéspera do Natal, que reuniu na sede da legenda, representantes do PCdoB, do PSD, do PPL (Partido Pátria Livre), voltado à construção de um projeto político e de desenvolvimento para o Estado, ampliando o leque de possibilidades para o pleito do ano que vem.

“Nosso encontro é para buscar alternativas. Este é um movimento para pensar Minas”, disse Jô Moraes, pré-candidata do PCdoB ao Governo de Minas, para quem “a desindustrialização e a queda no ranking dos estados produtores são problemas graves do Estado e que demandam uma ação efetiva e eficiente”.

A periodicidade das reuniões, a realização de uma pesquisa qualitativa para apurar as principais demandas dos mineiros e a não-aceitação da bipolarização como uma realidade pronta e acabada, estão entre as decisões tomadas pelo grupo no primeiro encontro.

Grupo que conta ainda com a adesão do PROS (Partido Republicano da Ordem Social), através do deputado federal Ademir Camilo que, segundo Saraiva, por problemas de trânsito, não chegou a tempo.

O deputado Diego Andrade (PSD) sugeriu ao grupo chamar o PSB para as conversas, agregando mais parceiros ao bloco. “É preciso ousar, pois somos um grupo com representatividade real – ninguém governa sem o nosso apoio”, afirmou.

Ao final do encontro, Saraiva Felipe enfatizou que as próximas reuniões serão realizadas nos espaços dos demais partidos do bloco e deverão ter a periodicidade quinzenal e agregadora de novas forças.

Necessidades do Estado

O chamamento às lideranças do setor produtivo foi outra deliberação a ser efetivada nas próximas etapas do projeto que não tem como premissa, nesta fase, sequer ouvir ou falar em pré-candidatos, mas sim levantar o que melhor representa as necessidades do Estado, segundo o presidente regional do PSD, deputado federal Paulo Safady Simão.

“Minas está ficando emparedada e não é isto que queremos, principalmente para seu desenvolvimento econômico. Estamos com a presidente Dilma no âmbito federal, mas aqui não tomaremos nenhuma decisão antes de março”, garantiu.

O caráter da horizontalidade das discussões, onde todos são ouvidos e tomam as decisões em conjunto e de forma democrática foi destacado pelo presidente do PCdoB mineiro, Wadson Ribeiro, que também chamou atenção para a constante bipolaridade que marca as disputas eleitorais no Estado, a despeito da gama de representações partidárias e dos problemas que afetam Minas.

“Temos de ter forças comprometidas com o desenvolvimento para investir em áreas sociais, para promover e efetivar o crescimento econômico. Temos de ter alternância que represente efetivamente o espectro político, as forças produtivas. O que está em jogo é a inserção de Minas no desenvolvimento nacional”, alertou.

Dicotomia A ou B

A “dicotomia A ou B” também foi criticada pelo deputado Jaime Martins (PSD) que saudou a representatividade do grupo já em sua primeira mobilização: “Nossa força não é desprezível, temos condições de levar a eleição para o segundo turno”. Ele também destacou a importância do gesto de se fazer uma reflexão sobre a situação de Minas em seus múltiplos aspectos e envolvendo a pluralidade partidária com o mesmo propósito.

Já o deputado federal Geraldo Tadeu (PSD) externou preocupação com o endividamento do Estado e, no âmbito político, com a necessidade de a legenda fazer coligações proporcionais. Problema também destacado pelo deputado Walter Tosta (PSD), que se disse preocupado, sobretudo, com a acomodação no processo das eleições proporcionais, enfatizando que “o partido é novo mas já nasceu grande”.

Para o presidente regional do PPL, Francisco Rubió, “o caminho é o das articulações para construir um projeto alternativo para o que hoje se apresenta – quase de fato acabado de duas candidaturas – e, em especial pela preocupação com a situação de Minas, da desindustrialização. É importante essas discussões comprometidas com a agenda de desenvolvimento”, afirmou.

Da Redação em Brasília
Com informações da Ass. Dep. Jô Moraes