Parlamentares demitem-se em protesto contra repressão no Iraque

Nesta segunda-feira (30), 44 parlamentares iraquianos apresentaram as suas demissões, em protesto contra os confrontos entre as forças de segurança do Iraque e centenas de manifestantes em Al-Ramadi, capital do distrito de Al-Anbar, no sul do país, que montaram um acampamento de protesto contra o governo. Mais de 10 iraquianos foram mortos em confrontos armados após a repressão violenta dos manifestantes no sábado (28).

Iraque - LA Times

Os parlamentares, membros do bloco “Unidos pela Reforma”, explicaram que sua postura é contrária à “dispersão violenta” dos manifestantes acampados na principal rua de Al-Ramdi, há um ano, depois de as forças de segurança terem prendido mais de 100 guardas pessoais de Rafi Al-Essawi, ex-ministro das Finanças, sunita.

“Isto não é uma guerra contra o Exército, e não é uma guerra dos sunitas contra os xiitas”, disseram os parlamentares em uma coletiva de imprensa. “Trata-se de uma guerra contra as marcas políticas.”

Os parlamentares estão exigindo a retirada das forças armadas das ruas nas duas principais cidades do distrito de Al-Anbar: Al-Ramdi e Al-Fallujah, assim como a libertação do parlamentar Ahmed Al-Alwani, que foi preso no sábado (28) durante a dispersão dos protestos.

As tensões sectárias têm aumentado no Iraque, com críticos acusando o governo liderado pelos xiitas de comportar-se cada vez mais como autoritário e intolerante com a oposição.

O portal da emissora France 24 citou o parlamentar Zafer Al-Ani, que disse: “Esta é uma guerra do primeiro-ministro [Nouri Al-Maliki], e está fora das restrições nacionais, assim como do limite da lei.”

Ele notou que “a parceria da nação com o primeiro-ministro tornou-se tênue”, e exigiu que Maliki, como o líder das forças armadas, retire imediatamente o Exército das ruas, no que críticos chamam de um "Estado policial forjado nos EUA".

Com informações do Middle East Monitor,
Da redação do Vermelho