Líbano detém líder de brigadas terroristas que atuam na Síria

Um militante saudita das Brigadas Abdullah Azzam, assumidamente ligadas à rede terrorista Al-Qaeda, foi capturado no Líbano nesta terça-feira (31/12), de acordo com as Forças Armadas Libanesas. Através da mídia nacional, autoridades do Líbano disseram que o militante, Majid bin Muhammad al-Majid é, de fato, o líder do grupo.

Militante islamita em campo de refugiado no Líbano - Lebanon News

O Líbano vem enfrentando um aumento da violência nos últimos meses, que alguns analistas relacionam com o conflito na vizinha Síria. Nos dois países, a presença crescente de milícias estrangeiros, entre mercenárias e islamitas (de extremistas religiosos que usam a violência para promover a sua interpretação do Islã).

A mídia libanesa relatou, na terça, que Majid havia sido preso dois dias antes. Segundo a notícia, ele havia vivido por anos em um campo de refugiados palestinos na Síria, antes de deixar o país, há um mês, tendo prometido aliança ao líder da Frente Al-Nusra, um dos grupos islamitas mais extremos e violentos lutando contra o governo do presidente Bashar Al-Assad.

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De acordo com o Long War Journal, um blogue contra-terrorista citado pela Reuters, Majid está entre os 85 indivíduos que estão em uma lista emitida pelo governo da Arábia Saudita em 2009, com os nomes dos mais procurados, supostamente por envolvimento com a rede Al-Qaeda.

O blogue afirma que as Brigadas Abdullah Azzam, assim nomeada em homenagem ao fundador da rede terrorista e parceiro de Osama bin Laden, foram formadas depois de 2005, como uma vertente no Iraque. O portal diz ainda que a missão do grupo era atacar alvos no Líbano e em outros lugares do Oriente Médio.

E de acordo com o portal libanês Al-Akhbar, o grupo estaria ligado também ao atentado contra a Embaixada do Irã em Beirute, a capital do Líbano, em novembro. Em 2009, as autoridades libanesas já tinham sentenciado Majid à prisão perpétua pelo envolvimento a outro grupo ligado à rede Al-Qaeda, o Fatah al-Islam, responsabilizado pelos confrontos pesados com as Forças Armadas libanesas no campo de refugiados palestinos Nahr al-Bared, que resultaram em 400 mortos.

Uma autoridade palestina no campo disse à agência francesa de notícias AFP que Majid havia deixado Ain al-Helweh na metade de 2012, dirigindo-se ao território sírio com outros cinco sauditas e kuaitianos.

“Com a guerra na Síria, decidimos que cidadãos árabes [não palestinos] não seriam permitidos permanecer no campo, depois da informação de que islamitas estavam lutando ao lado dos rebeldes” contra o governo de Assad. As forças da inteligência libanesa informaram estar interrogando Majid nesta quarta.

Da redação do Vermelho,
Com informações das agências.