MPF insta partidos a cumprirem cota feminina em propaganda

Em 2010, o Brasil elegeu a primeira mulher presidente da República, um marco na história do país e um passo importante na lita pela ampliação da participação das mulheres. No entanto, os partidos ainda deixam de cumprir suas cotas obrigatórias de participação feminina. 

Segundo informações do Ministério Público Federal (MPF), somente no Estado de São Paulo, 25% das legendas foram alvo de representação na Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) por não reservarem o espaço mínimo exigido pela lei para suas filiadas aparecerem na propaganda partidária.

O MPF ainda apontou que partidos como PSDB, PMDB, PSC, PDT, PSB, PP, PT e PV foram acionados por não dedicarem pelo menos 10% do tempo das propagandas partidárias no primeiro semestre de 2013 à promoção e participação política femininas. A cota para mulheres nas peças foi instituída em 2009.

Dessas oito siglas, seis já foram condenadas pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) à perda de tempo nas peças veiculadas em São Paulo.

Em entrevista à imprensa, a a professora de Direito Eleitoral da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e procuradora da República no Rio, Silvana Batini critica a postura das silgas.

"Já ouvi muitos membros de partidos falando que não podem fabricar candidaturas, que mulheres se interessam menos pela política. Será que é ela que não se interessa, ou o partido que não abre espaço para essas lideranças?", questionou a especialista.

Os diretórios estaduais do PP e do PT afirmaram que recorreram ao TSE. O do PMDB disse cumprir as normas e que o núcleo feminino da sigla é o que mais cresce no Estado. O diretório do PDT não se pronunciou.

De acordo com o TRE foram adotados os mesmos entendimentos da Procuradoria de que só a presença de mulheres nas propagandas não configura promoção da participação feminina. A sanção para quem desrespeita a cota é a perda de cinco vezes o tempo que deixou de ser direcionado para promoção feminina. A pena é aplicada no semestre seguinte à condenação definitiva.

Da Redação
Com informações do Estado de S. Paulo