Celac: Novo passo para realizar o sonho da Pátria Grande

A reunião de cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), que se iniciará no dia 28 de janeiro em Havana, coincidirá com o 161º aniversário no nascimento do Herói Nacional cubano, José Martí, que pregou, tal como Simon Bolívar e outros próceres, os quais lutaram ao longo da história, pela ansiada independência e a definitiva integração da Pátria Grande.

Por Patrício Montesinos*, em Cubadebate

Esse encontro de 33 chefes de estados e governos representará um passo importante em favor da materialização daquilo que escrevera Martí: “As árvores hão de se pôr em fila, para que não passe o gigante das sete léguas!”, em clara alusão às posturas inseparáveis que os países de nossa América deveriam adotar em face dos Estados Unidos, que ele denominou também o “norte brutal e revolto que nos despreza”.

O Apóstolo da nação caribenha sublinhou ademais “é hora recontar e de marcharmos unidos, como a prata nas raízes dos Andes”.

O pensamento martiano está hoje mais vigente que nunca, num momento em que a América Latina transita em busca de sua unidade e cooperação de igual para igual em todas as esferas, através da Celac e outras organizações regionais de integração, mesmo sem esquecer que o caminho a trilhar rumo a ambos os propósitos ainda será abrupto devido aos obstáculos que Washington seguirá interpondo.

São bem conhecidas as conspirações dos sucessivos regimes norte-americanos para fazer fracassar qualquer tentativa de materialização da Pátria Grande, em conluio com velhas e frustradas direitas a seu serviço, herdeiras dos anexionistas dos tempos de Martí e Bolívar.
Washington trata com todo o seu poder e seus meios de fazer com que as árvores, às quais referiu o Herói Nacional cubano, não se ponham em fileiras para deter o voo rasante da água imperial que espreita nossa região sem nenhuma trégua.

O gigante das sete léguas está ferido, precisamente pelos processos revolucionários e de integração que se perfilam atualmente na América Latina, e que teme que se consolidem em todo o território do Rio Bravo à Patagônia.

É uma realidade que a correlação de forças variou em favor de materializar o anseio histórico da Pátria Grande, mas é igualmente certo que os Estados Unidos tratarão de que não andemos unidos, como a Prata nas raízes dos Andes.

A reunião de cúpula da Celac de Havana, em correspondência com as ideias de Martí, do líder da Revolução cubana, Fidel Castro, e do falecido ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, defenderá com certeza absoluta a marcha unida de todos, respeitando e minimizando divergências menores que aqueles que sempre apostaram em manter nossa América dividida para subjugá-la pretendam exacerbar.

*Jornalista espanhol, correspondente de Cubadebate em Madri, Espanha.