Estudantes pedem federalização da Gama Filho e da UniverCidade

A decisão arbitrária do Ministério da Educação (MEC), que descredenciou duas das mais tradicionais instituições de ensino superior do Rio de Janeiro – Universidade Gama Filho e UniverCidade –, não calou a voz dos estudantes. O movimento estudantil segue firme na luta para que os mais de dez mil estudantes não sejam afetados e fiquem sem concluir o curso superior.

Gama Filho - agencia Brasil

A decisão arbitrária do Ministério da Educação (MEC), que descredenciou duas das mais tradicionais instituições de ensino superior do Rio de Janeiro – Universidade Gama Filho e UniverCidade –, não calou a voz dos estudantes. O movimento estudantil segue firme na luta para que os mais de dez mil estudantes não sejam afetados e fiquem sem concluir o curso superior.

A principal proposta das entidades estudantis é que haja federalização das instituições. Graças a articulação da União Nacional dos Estudantes (UNE), da União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro (UEE-RJ), e Do Diretório Central dos Estudantes da Gama Filho (DCE UGF), o movimento ganhou apoio de peso: em reunião realizada nesta terça-feira, na Universidade Federal Fluminense (UFF), os reitores das universidade federais do Rio de Janeiro (UFRJ), do Estado do Rio de Janeiro (Uni-Rio), da Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e da UFF e o diretor-geral do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ) redigiram um pronunciamento externando a preocupação com a qualidade na educação e propondo, junto com as entidades, que a Universidade Gama Filho e o Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) sejam federalizadas.

No documento, os dirigentes argumentam que, “como educadores, entendem que a educação não pode ser vista como um negócio, mas um investimento de longo prazo, cuja maior responsabilidade cabe aos governos”.

“Essa é a melhor resposta que tivemos até agora, pois poderemos protocolar ao MEC a carta dos reitores das universidades federais do Rio de Janeiro, aumentando nossa força e legitimidade”, acentuou Mateus Weber, diretor da UNE, que acompanha todo o processo em Brasília.

Geralmente a federalização ocorre devido à má gestão atual ou perigo iminente de extinção de uma faculdade que não é federal. Para manter sua individualidade e tradição, a faculdade, o Ministério da Educação ou o Ministério Público optam que a instituição seja anexada à União.

Confira a nota dos reitores das federais

Nota oficial: Posicionamento dos dirigentes das universidades federais e do Cefet-RJ em relação ao recente descredenciamento de instituições de ensino superior no Rio de Janeiro

Nós, reitores das universidades federais e o diretor-geral do Cefet do Rio de Janeiro, abaixo assinados, enfatizamos nossa preocupação com a qualidade da educação, bem como a responsabilidade do governo federal no credenciamento e acompanhamento das universidades, faculdades e cursos em funcionamento no país. Assim, apoiamos como solução a federalização da Universidade Gama Filho e do Centro Universitário da Cidade, ambos do Estado do Rio de Janeiro.

Reconhecendo o grande avanço na educação nos últimos anos e a continuidade das ações positivas do atual governo, conclamamos a presidenta da República, Dilma Rousseff, e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para que considerem a nossa proposta de federalização, já que possuem todas as condições técnicas e políticas para a implementação da proposta para, com isso, atender aos anseios das forças sociais, políticas e estudantis.

Consideramos também que o caminho para a solução do problema, que atinge os membros da comunidade acadêmica (alunos, servidores docentes e técnico-administrativos), com forte impacto social, não seja uma simples redistribuição dos estudantes, tarefa que não é fácil e pode se mostrar inviável a curto e médio prazo, agravando a situação.

Como educadores, entendemos que a e ducação não pode ser vista como um negócio, mas um investimento de longo prazo, cuja maior responsabilidade cabe aos governos. Neste sentido, reafirmamos a nossa disposição para colaborar com o processo de federalização, mantendo o compromisso com a educação de qualidade.

Fonte: União Nacional dos Estudantes