Manifestantes pedem investigação para morte de jovem gay em SP

Cerca de 500 pessoas se reuniram na noite desta sexta-feira (17) no Largo do Arouche, em São Paulo, para cobrar investigações sobre a morte do adolescente Kaique Augusto Batista dos Santos, encontrado morto no último sábado (11), na República (centro). Estiveram na manifestação o cartunista Laerte e o presidente do Conselho Nacional de Combate a Discriminação LGBT, Gustavo Bernardes.

Refutando a versão inicial apresentada pela polícia de que se trataria de um suicídio, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República afirmou nesta sexta (17) que o adolescente foi “assassinado brutalmente” e cobrou do Congresso Nacional a aprovação de uma lei que puna crimes de ódio e intolerância motivados por homofobia.

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A titular da SDH, Maria do Rosário, designou um representante para acompanhar o caso. O servidor do ministério e coordenador-geral de Promoção dos Direitos de LGBT, Gustavo Bernardes, chegou a São Paulo nesta sexta-feira (17) para conversar com a família e acompanhar as investigações.

Em nota, o ministério lembra que houve um aumento de 11% dos assassinatos motivados por homofobia em 2012, em comparação com 2011. “Diante desse grave cenário, assim como faz em outros casos que nos são denunciados, a SDH/PR está acompanhando o caso junto às autoridades estaduais, no intuito de garantir a apuração rigorosa do caso e evitar a impunidade”, diz o texto.

O jovem foi encontrado morto embaixo do viaduto da avenida Nove de Julho, o rapaz estava com todos os dedos das mãos quebrados, sem os dentes e com uma barra de ferro cravada em uma das pernas. A polícia ainda investiga o caso, mas cogita que os ferimentos possam ser resultado de uma suposta queda do viaduto.

Presente no ato, a cartunista Laerte declarou ao Terra: “eu estou aqui porque eu estou horrorizada com o que aconteceu. Estou também motivada a chamar a atenção da população como todo mundo aqui. Uma legislação antihomofóbica é totalmente necessária. Não é um privilégio, não é coisa nenhuma nesse sentido. É necessária por uma coisa democrática, um exercício de liberdade”, disse.

Sobre a morte do garoto, disse que pode ser considerada uma tragédia. “É um horror, é um horror, um horror total. Eu acho que a gente faz bem extrair desse momento algum tipo de reflexão.”

Da Redação do Portal Vermelho,
com agências