Bancada evangélica impede tramitação de projeto LGBT na AL

A bancada evangélica da Assembleia Legislativa do Estado (AL-BA) impediu a tramitação do projeto que cria o Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT, durante a sessão da última quarta-feira (22/1). A proposta foi encaminhada pelo governo à Casa e, por ter o apoio dos deputados da situação e da oposição, dispensaria as formalidades para ser aprovada.

Durante a apresentação do projeto, porém, os deputados Sargento Isidório (PSC) e Sildevan Nóbrega (PRB) se posicionaram contra e pediram vista do documento. Isidóro foi ainda mais além e subiu na tribuna para pedir aos colegas que não “perdessem tempo discutindo algo inútil”, alegando que a criação do conselho é uma “estratégia para instalar uma ditadura gay”.

A líder do PCdoB na Assembleia, deputada Kelly Magalhães, saiu em defesa do projeto e tentou dialogar com os parlamentares evangélicos. Em entrevista ao Vermelho, a deputada disse que respeita muito os religiosos, mas que a discussão trazida por eles é “muito rasa”.

“O que a gente argumentava é que a atividade parlamentar tem que atender aos anseios da sociedade. O homossexual existe e precisa de atenção. Essa é uma lei importante, que busca discutir políticas de combate à discriminação, e o conselho é como qualquer outro, como o da mulher, o do idoso”, defende Kelly.

Com o adiamento, a proposta deve ser apreciada na próxima terça-feira (28), quando a bancada evangélica pretende levar fiéis de diferentes igrejas para pressionar pela não-aprovação. Kelly explica que, se a manifestação realmente acontecer, vai tornar a defender o projeto.

Se criado, o Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT será incorporado à Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Estado (SJCDH-BA).

De Salvador,
Erikson Walla