Equador defende a Celac como espaço para solução de conflitos

O presidente do Equador, Rafael Correa, defendeu nesta quarta-feira (22) o fortalecimento da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) como um espaço para dirimir conflitos e diferenças regionais, sem a influência dos Estados Unidos.

Este é um dos objetivos da Celac, seguir aprofundando e fortalecendo esse espaço de processamento de diferenças no nível da América Latina e do Caribe, sem a presença de países hegemônicos, assegurou o presidente durante café da manhã de trabalho com a imprensa estrangeira credenciada no país.

De acordo com Correa, o bloco criado em 2011 em Caracas, e que agrupa 33 países da região, exceto os Estados Unidos e o Canadá, surgiu pela necessidade de ter algo mais “nosso”, mais próximo, na hora de abordar conflitos e diferenças.

“Imaginem ter que ir até Washington para discutir sobre direitos humanos no país que mais atenta contra esses princípios, e que nem sequer ratificou o Pacto de San José”, ressaltou o chefe de Estado, em alusão à Convenção Americana de Direitos Humanos.

Correa recordou que a ideia de se criar a Celac, cuja segunda cúpula ocorrerá em Havana na próxima semana, nasceu depois que a Colômbia bombardeou um acampamento guerrilheiro dentro de território equatoriano em 2008, o que levou à convocação de uma reunião urgente do Grupo do Rio na República Dominicana.

Diante disso, dissemos: “É disto que os latino-americanos e caribenhos precisam, algo mais nosso para processar as diferenças, conflitos, não a Organização de Estados Americanos (OEA), nem Washington”, afirmou.

O presidente considerou que o bloco deve desenvolver também suas próprias instâncias para tratar diferentes temas, como por exemplo, direitos humanos, e liberdade de expressão.

Devem ser instâncias de acordo com nossas visões, com nossa história e nossa cultura, não visões externas, estranhas à região, expressou Correa.

A partir da 2ª Cúpula da Celac, que será realizada em Havana nos próximos dias 28 e 29 de janeiro, o Equador passará a integrar a tripla direção, como passo anterior à presidência temporária que assumirá em 2015.

Na reunião de Havana, Cuba, que no ano passado recebeu a presidência das mãos do Chile, entregará o comando temporário do bloco à Costa Rica.

Prensa Latina