Comunistas ucranianos denunciam interferência externa no país  

O líder do Partido Comunista da Ucrânia, Petro Simonenko enviou uma carta aberta ao presidente de República Viktor Yanukovich denunciando as forças oposicionistas que têm provocado distúrbios no país, e a ingerência de potências estrangeiras.

De acordo com Simonenko, “os atuais acontecimentos na Ucrânia, o sério agravamento dos enfrentamentos na sociedade ucraniana entre os apoiadores da integração europeia e os que a isto se opõem, levaram a desordens em massa, ao bloqueio de órgãos do poder estatal, ao sequestro de edifícios da Administração, à destruição de monumentos históricos”. Na opinião dos comunistas ucranianos, tudo tem causado instabilidade no país e acarreta uma série de consequências econômicas e sociais negativas. “A Ucrânia se encontra à beira da divisão do país e da perda da segurança nacional”, adverte o dirigente comunista.

Simonenko destaca que forças estrangeiras têm desempenhado um papel particular no agravamento da situação. Ele denuncia que membros das missões diplomáticas na Ucrânia apoiam abertamente a escalada dos enfrentamentos, respaldam os partidários da integração europeia e aprovam as declarações e os apelos do “líder” da oposição para aumentar o confronto.

O dirigente comunista denuncia ainda o apoio material de fundações e organizações públicas ou privadas, como a Usaid (Agência para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos), o Open Society Institute, o National Democratic Institute for International Affairs, que sob o pretexto de “defender os valores democráticos”, “apoiar a criação de um espaço informativo”, fomentaram a histeria contra o Estado no espírito de um sentimento anti-russo e instigam a escalada do enfrentamento social no país.

Simonenko manifesta uma preocupação particular com as declarações públicas de importantes políticos estadunidenses e da Europa ocidental, sobre a perseguição por meio de ações judiciais contra autoridades e órgãos estatais da Ucrânia, além da convocação explícita às manifestações organizadas pela oposição para contestar as decisões do governo legitimamente eleito do país. Para ele, esses dirigentes dão uma “contribuição destrutiva para exasperar a situação política, fato que representa de per si um grave golpe na democracia ucraniana”.

O líder do Partido Comunista destaca especialmente o “cinismo” que se observa nas recentes declarações dos embaixadores dos Estados Unidos, Jeffrey Payet, e da União Europeia, Jan Tombinski, os quais expressaram seu desacordo com decisões do Parlamento ucraniano.

“Estas declarações contradizem abertamente os imutáveis princípios da diplomacia internacional, em particular o artigo 7, parágrafo II do Estatuto da ONU, a Declaração relativa aos princípios do direito internacional, concernentes às relações amistosas e à cooperação entre os estados, em conformidade com a Carta das Nações Unidas, a Declaração das Nações Unidas sobre a inadmissibilidade da intervenção nos assuntos internos dos estados e a proteção da sua independência e soberania”, assinala.

Para concluir, Simonenko pede que o presidente reaja a essa ação destrutiva, determinando a convocação desses diplomatas ao Ministério do Exterior para advertir sobre a inadmissibilidade de tais atividades e tais declarações, e endereçar notas às autoridades competentes da União Europeia e dos Estados Unidos, por meio dos canais diplomáticos.

Fonte: www.marx21.it