Urariano Mota: A escravidão e os futuros santos do Brasil

Na edição desta semana da coluna "Prosa, Poesia e Política", o jornalista e poeta pernambucano Urariano Mota, narra suas impresões sobre os futuros santos do Brasil. No último dia 20 de janeiro, o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, anunciou o início do processo de beatificação do casal Jerônimo de Castro Abreu Magalhães e Zélia Pedreira Abreu Magalhães.

Joanne Mota, da Rádio vermelho em São Paulo

“A Arquidiocese do Rio de Janeiro caminha para ter seus próprios santos. Dentre a lista dos candidatos estão os nomes de Jerônimo de Castro Abreu Magalhães (nascido em Magé) e sua esposa, Zélia Pedreira de Castro Abreu Magalhães (Niterói)", informou o escritor.

Conheça a história

Em 27 de julho de 1876, Zélia, com pouco mais de 19 anos, e Jerônimo, com 25 anos recém-feitos, casaram-se na Chácara da Cachoeira, no bairro da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro. Após uma temporada em Petrópolis, o casal fixou residência na Fazenda Santa Fé, de propriedade da família de Jerônimo e constituiu um autêntico lar cristão.

Na fazenda havia uma capela onde Zélia rezava inúmeras vezes ao dia. O casal jamais tratava os escravos, que viviam em liberdade e recebiam salário, como propriedade. Eles iniciavam seu dia de trabalho com uma oração guiada por ela e acompanhada por Jerônimo, no coreto do pátio da fazenda. A preocupação de Zélia e Jerônimo com a vida espiritual desses homens, mulheres e crianças era tão grande que eles sempre participavam da Missa, das confissões e da catequese promovidas pelo casal e Zélia, pessoalmente, encarregava-se da catequese e da assistência aos escravos e necessitados. Tanto que construiu uma enfermaria para tratar dos doentes com visitas periódicas de um médico, dela mesma e de seus filhos.

Acompanhe a reflexão de Urariano Mota na Rádio Vermelho: