Antigas instalações do Doi-Codi são reconhecidas culturalmente

O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaa) aprovou nesta segunda-feira (27), por unanimidade, o tombamento das instalações do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), na rua Tutóia, no Paraíso. 

O DOI-Codi de São Paulo fez centenas de vítimas (mortos ou torturados), entre elas o jornalista Vladimir Herzog, assassinado ali em 1975. O local deve virar um centro de memória da ditadura, como ocorreu com o prédio do Dops.

Utilizado como espaço de repressão no período da ditadura militar, o prédio ficou marcado pela morte do jornalista Vladimir Herzog, em 1975.

Segundo um estudo da Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico (UPPH), o lugar possui um apelo estético particular, e carrega uma difícil simbologia política. Sendo assim, segundo o órgão, “o parecer favorável ao tombamento esteve menos preocupado com as características formais da edificação, destacando que se trata de patrimônio material que evoca as memórias de um momento longo e sombrio de nossa história recente”.

Tanto o parecer da área técnica quanto o do conselheiro relator foram favoráveis ao tombamento, sendo aprovados pelo conselho. “Esta foi uma decisão emblemática tomada a partir de uma manifestação da sociedade civil que recorreu a este órgão. Este processo se torna uma referência, assim como a decisão do conselho, que honra este parecer, tornando-se parte da consolidação da democracia do nosso País”, afirmou o secretário de Estado da Cultura, Marcelo Mattos Araujo, que acompanhou a reunião.

O pedido de tombamento do conjunto estava sob análise do conselho desde 1º de junho de 2012, quando Ivan Akselrud de Seixas, presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), protocolou o pedido de tombamento do conjunto. O pedido também ganhou adesão de outras entidades, como o Grupo Tortura Nunca Mais (São Paulo), o Fórum dos ex-presos políticos do Estado de São Paulo, o Núcleo Preservação da Memória Política e a Comissão de Familiares de Presos Políticos Mortos e Desaparecidos.

Fonte: Portal Terra