Denúncia sobre uso de celular de Dirceu na prisão é improcedente

O documento produzido pela coordenadoria de sindicância do Presídio da Papuda definiu como “improcedente” a denúncia publicada no diário conservador paulistano Folha de S. Paulo de que o ex-ministro José Dirceu, condenado na Ação Penal 470, teria utilizado um celular nas dependências da unidade prisional do Complexo da Papuda, onde está preso há mais de um mês, o que não é permitido pela lei.

Ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu se apresentou à PF em novembro do ano passado

O caso desencadeou a suspensão do pedido de trabalho do líder petista. Com a conclusão de que informação não procede, Justiça deverá permitir que ele trabalhe. Dos condenados na AP 470 a regime semiaberto, apenas Dirceu continua sem emprego.

Até esta sexta-feira (31) desta semana, o ministro Ricardo Lewandowski deverá dar parecer favorável ao prosseguimento do pedido de trabalho de Dirceu no escritório de advocacia de José Gerardo Grossi, com salário de R$ 2,1 mil por mês. A defesa do ex-ministro recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) na segunda-feira, por causa da decisão da Vara de Execuções Penais (sob o comando do juiz Bruno Ribeiro) do Distrito Federal, que suspendeu, por 30 dias, a análise do pedido de Dirceu para trabalhar fora da prisão, até que terminasse a investigação interna sobre denúncias de uso do celular dentro do Presídio da Papuda.

Segundo a reportagem publicada na Folha, no dia 17 de janeiro, Dirceu teria conversado por celular com o secretário da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, James Correia. De acordo com o texto, a conversa foi possível com a ajuda de uma pessoa que visitou Dirceu. Na ocasião, a defesa do ex-ministro negou que a conversa tenha ocorrido e a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal abriu processo administrativo para investigar o caso.

Segundo a sindicância do presídio, todos que visitam Dirceu “são separados por um vidro”. São encontros “sem contato físico”, anota o documento, que ressalta que o ex-ministro passa por revistas “com inspeção corporal, antes e depois” de cada visita. Assim como sua cela, onde do mesmo modo não foi encontrado qualquer celular. Denúncia será arquivada.

Dos condenados na AP 470 a regime semiaberto, todos que fizeram pedido já estão trabalhando. É o caso, por exemplo, do ex-deputado Bispo Rodrigues, que teve seu pedido de trabalho autorizado nesta terça-feira. Antes dele, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, também já havia começado a trabalhar durante o dia na Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Brasília. O ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas e os ex-deputados Pedro Henry (PP-MT) e Romeu Queiroz (PTB-MG) também já estão trabalhando.

Fonte: Correio do Brasil