Plenária dos movimentos sociais do PCdoB debate a Copa no Brasil

Reunida nesta sexta-feira (7), na sede do Comitê Central, o Fórum dos Movimentos Sociais do PCdoB realizou uma plenária com o objetivo de ouvir e armar a militância com a linha do partido sobre a realização da Copa no Brasil.

A mesa apresentou dados e informações fundamentais para a compreensão do processo que culminou na conquista do Brasil para sediar a Copa, que se encontra na véspera da sua realização.

Em julho de 2013, no auge das manifestações no Brasil, foi realizada uma pesquisa de opinião, junto à população, sobre a realização da Copa do Mundo no País. Nesta pesquisa, dois dados foram fundamentais para compreender a atual luta de ideias: 75% da população respondeu que a Copa no Brasil aumentava o orgulho de ser brasileiro e 90% achavam que a responsabilidade pela Copa era do governo.

As forças conservadoras apostaram em provocar uma onda do pessimismo, julgando que o ataque à Copa atingiria o governo Dilma.

Todos sabem da importância de um país ser sede do maior evento esportivo do mundo. Vários estudos comprovam que os investimentos são alavancados, que o evento cria uma movimentação positiva na economia do país, geram-se empregos e há um impacto positivo no desenvolvimento. No atual momento complexo e difícil em que se luta para de alavancar investimentos, o Brasil irá colher os frutos dos aportes na infraestrutura, mobilidade urbana, portos, aeroportos e vias. Os dados relativos à Copa mostram que o evento deve captar 142 bilhões de reais na economia e criará 3,6 milhões de empregos diretos e indiretos.

Na questão da mobilidade urbana, o governo leva em conta o legado para a população e não apenas as necessidades da Copa, pois apenas 10% dessas obras têm alguma relação com o evento e 90% não interferem diretamente nele, como as de metrô e Veículos Leves sobre Trilhos, que vão ultrapassar o período da Copa.

Entre tantos outros dados que apontam a grande importância de o Brasil sediar a Copa do Mundo, o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, abriu a reunião falando da importância política do tema na conjuntura atual. “Questões candentes e muito importantes para o nosso Brasil, para a esquerda e para o povo, e por isso, temos que nos ater ao tema acerca da realização da Copa do Mundo aqui no Brasil”.

Para Renato, o fato de o Brasil sediar a Copa do Mundo passou a adquirir status político significativo e que pode trazer consequências no ano de eleições gerais. “A campanha eleitoral para a presidência já foi antecipada, por interesse da oposição. O sistema de oposição que congrega o sistema financeiro, as forças conservadoras em geral, a grande mídia monopolizada e os partidos de oposição não têm um representante da confiança deles para a disputa político-eleitoral, eles não têm alternativa a essa realidade do país de hoje, pela etapa que alcançamos, por isso, esse sistema de oposição tem colocado em marcha fatos fictícios, fazendo um verdadeiro terror psicológico para desconstruir, instabilizar e desmoralizar o governo Dilma”, ressaltou o presidente comunista.

Segundo Renato, esse sistema conservador tem um grande meio que é a mídia e o poder econômico para, dessa forma, utilizar a realização da Copa como forma de instigar. Para o presidente do PCdoB, esse tema é uma matéria prima para as forças conservadoras tentarem jogar um peso negativo no colo da presidenta Dilma.

Renato explicou ainda que a grande mídia tem procurado instigar o povo com informações falsas criando uma espécie de consciência coletiva de que, por exemplo, está se gastando dinheiro público com a realização da Copa. “Por mais que se explique que não é assim, muitos reproduzem o pensamento dos gastos públicos com a Copa”.

Para Renato, esse aparato da oposição cria distorções de fatos e dados, com o objetivo de desestimular o próprio desejo da população de realizar a Copa do mundo “na terra do futebol”, disse ele. Mas o fundo político é querer o amplo descrédito no âmbito do governo Dilma neste ano eleitoral, esclarece o dirigente.

“Torcem contra a Copa e a Seleção”.

Ainda tratando das ações oposicionistas, Renato qualifica que nas dificuldades e no desespero, eles perdem o senso da realidade, e por isso mesmo, disse Renato, nós estamos diante de uma encruzilhada política: ou se avança nas mudanças, o que exige a continuidade das reformas estruturais e do desenvolvimento, ou se volta à política da década de 1990.

Desse modo, explica Renato, é que “é premente por parte do governo, das forças progressistas que amam este país, defender as mudanças que ocorreram nos últimos anos e se opor ao movimento insano que prega a desconstrução nacional”.

Para Renato, quem faz o jogo contra o país, é contra seu povo. “Por isso, é importante que nós desmascaremos essa tendência”, identificando como alienados e retrógrados os que organizam o movimento contra a Copa.

Para Renato, é preciso “ganhar os setores intermediários, ampliar o movimento em defesa e pela realização com êxito da Copa, procurando ampliar o máximo a luta em defesa da realização da Copa em nosso país”.

Renato explicou que convocou o Fórum ampliado dos Movimentos Sociais do PCdoB com o intuito de criar um ambiente que possa contribuir com o debate e orientar a militância comunista na defesa da realização da Copa e colaborar com o sucesso do evento em nosso país.

Municiar a batalha de ideias

Várias lideranças contribuíram com o debate, ressaltando a grande oportunidade que o Brasil terá de se mostrar para o mundo. Ponderaram sobre o legado da mobilidade urbana, dos investimentos em telecomunicações, segurança, portos, aeroportos, vias que beneficiarão milhares de pessoas em suas cidades. Também foi enfatizado o aspecto sobre a movimentação econômica e o grande impacto na geração de empregos em vários setores: construção civil, indústria de materiais construtivos, eletroeletrônicos, serviços turísticos e varejo, além do turismo nacional e internacional à época do evento. É um grande momento de projeção do Brasil, suas riquezas e potencialidades para o mundo, além de sua diversidade cultural e natural.

Uma necessidade observada na plenária foi deste Fórum participar de um movimento amplo, transparente e esclarecedor para ir desfazendo os mitos criados pela direita. Os participantes na reunião concluíram que é necessário atuar nas redes sociais para municiar essa batalha de ideias.

O debate apontou ainda que os movimentos sociais devem ter um posicionamento claro na defesa do direito democrático do povo brasileiro de gozar livremente do grande feito que será a realização da Copa do mundo no país.

Para os comunistas, a Copa pode ser uma bonita festa, uma grande demonstração da força e da alegria do povo brasileiro. Uma grande manifestação da força patriótica que deverá levar às transformações que os brasileiros anseiam.

Pesquisa

Pesquisa realizada pelo Datafolha mostra que 78% dos brasileiros consideram que a Copa vai favorecer a formação de novos atletas, 75% considera que reforçará o orgulho de ser brasileiro, 69% acredita que será o torneio mais alegre da história.

Dados importantes

Dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontam que para cada R$ 1 de investimento público, R$ 3,4 estão sendo investidos pelo setor privado. Ainda segundo a FGV, estão sendo gerados 3,6 milhões de empregos diretos e indiretos de 2010 a 2014.
Falsa contradição

É uma falsa contradição que se criou de que “a Copa tirou dinheiro da Saúde e da Educação”

Entre 2007 (ano em que o Brasil conquistou o direito de sediar a Copa) e 2013, o governo brasileiro destinou R$ 311,6 bilhões para educação e R$ 447 bilhões para saúde.

Os orçamentos para as áreas cresceram todos os anos de 2007 a 2013.

Os gastos com a Copa não estão sendo tirados do Orçamento da União e sim de empréstimos do BNDES que serão devolvidos com juros.

Da redação do Vermelho