Irã comemora 35 anos da Revolução Islâmica
O Irã celebra nesta terça-feira (11), com desfiles e discursos oficiais, o 35º aniversário da Revolução Islâmica que depôs o último xá de Pérsia, Mohammed Reza Palevi, em 1979, e estabeleceu a República Islâmica. Milhões de pessoas acompanharam a marcha que percorreu as ruas de todas as cidades e povoados do país para comemorar o triunfo da revolução.
Publicado 11/02/2014 11:02

O Aiatolá Khomeini, principal líder da oposição, havia retornado da França ao seu país, depois de
15 anos de exílio no Iraque e na França. Foto: AFP
“Manter a unidade diante dos inimigos” é a demanda principal dos manifestantes convocados por diferentes autoridades do país. Na capital Teerã, o evento foi marcado pelo discurso do presidente do país, Hassan Rohani, que deve anunciar também uma declaração final sobre a data. O mandatário pediu, na última segunda-feira (10), a participação massiva nos desfiles, informou a emissora de rádio Voz da República Islâmica do Irã.
Segundo Rohani, “o dia 11 de fevereiro é o dia da unidade nacional dos iranianos, que marcou a vitória do movimento de pessoas com sua cultura de persistência e resistência”. Ele acrescentou ainda que, “a Revolução Islâmica do Irã tinha o objetivo de eliminar a interferência de os EUA no país persa”.
Em seu discurso o presidente disse que “o povo e o governo do Irã vieram ainda mais perto dos ideais e objetivos elevados da Revolução Islâmica de acordo com as diretrizes do Líder Supremo da Revolução Islâmica, o aiatolá Seyed Ali Khamenei, como já demonstraram em 14 de junho de 2013 na eleição presidencial”.
Para Rohani, o Governo da Diligência e Esperança "tem a sua origem na vontade dos iranianos, e tem como meta atingir a dignidade e a prosperidade do país no contexto dos pontos de vista das pessoas e do Líder Supremo”.
De acordo com informações da agência EFE, o ministro das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, também encorajou o povo do país a participar das comemorações ao declarar à agência de notícias estatal Irna que as passeatas são "uma demonstração de apoio às negociações nucleares que Teerã mantém com a comunidade internacional".
Relações com os Estados Unidos
O general e comandante geral do Corpo dos Guardiões da Revolução (CGRI), Mohamad Ali Yafari, afirmou que, “após 35 anos de resistência e persistência do povo perseverante e revolucionário do país, a Revolução Islâmica segue com clareza seus primeiros lemas e ideais”.

Desde 1979, foi estabelecido um dia para demonstrar solidariedade com os palestinos contra Israel,
apoiado pelos Estados Unidos. Manifestações contra o país americano são bastante
comuns desde a Revolução. Foto: AFP
Por sua vez, o chefe de Estado, Hassan Rohani, lembrou que Washington utilizou “ferramentas culturais, econômicas e políticas para combater a capacidade de defesa do Irã” e afirmou que “é por isso que ele pediu a cooperação das pessoas e das autoridades com o Líder Supremo da revolução para neutralizá-los”.
Armas nucleares
Com relação à política externa da décima primeira Administração da República Islâmica do Irã, Rohani assegurou que neste campo abrange questões regionais e assuntos globais e presta especial atenção às relações com os seus vizinhos, a fim de promover a estabilidade e a paz na região.
“Devemos trabalhar juntos para combater o terrorismo e aqueles que alimentam o conflito em países como Afeganistão, Iraque e Síria”, expressou o presidente.
Em outra parte de seu discurso, mencionou as negociações nucleares entre Teerã e o Grupo 5+1 (EUA, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha) e reiterou que “a boa vontade e o espírito de paz dos iranianos são a pedra angular dessas conversas”.

Em 2013, Hassan Rouhani, clérigo, político, diplomata e académico iraniano,
é eleito presidente do país em 3 de agosto. Foto: Reprodução
"Durante esses encontros realizados na cidade suíça de Genebra tentou informar a todos a fatwa (decreto islâmico) do Líder Supremo do Irã sobre a proibição de armas nucleares, terminando assim os falsos pretextos do inimigo", lembrou.
De acordo com Rohani, as negociações nucleares buscam mostrar que a natureza da "iranofobia" é uma mentira e atacar outro país não tem nenhum lugar na agenda do país persa. Ainda assim, persiste “a natureza cruel das sanções unilaterais e ilegais contra o Irã e a necessidade de sua remoção". Ao mesmo tempo, ele lembrou a resistência do povo iraniano com força total para esta situação e que maneira com que o arrependimento de seus inimigos”, disse.
O Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) encerraram no domingo (9) as negociações nucleares com um novo acordo de cooperação, que possui sete pontos. Após um dia e meio de conversas, a AIEA e a Organização de Energia Atômica do Irã emitiram um comunicado conjunto no qual afirmam que Teerã cumpriu com os seis compromissos adquiridos em novembro e concordaram em cooperar em outros sete aspectos, informou a agência Irna, que não detalhou o conteúdo do acordo.
Da redação do Vermelho,
Com informações da Hispan TV, AFP e Agência EFE