Dirigentes da CTB realizam visita oficial à sede da FSM na Grécia
Na última terça-feira (11), a delegação brasileira da CTB foi recebida em encontro oficial na sede da Federação Sindical Mundial (FSM), em Atenas (Grécia).
De Atenas, Divanilton Pereira*, para o portal CTB
Publicado 13/02/2014 16:19
Desde o ano passado os novos dirigentes executivos da Central Sindical, Adilson Araújo e Divanilton Pereira, presidente e secretário Relações Internacionais, respectivamente, juntamente com o vice-presidente da FSM, João Batista Lemos, foram convidados pelo secretário-geral da entidade, George Mavrikos, para uma visita. Nesse ato foram recebidos por Mavrikos, pelo adjunto Valentin Pacho e pelo representante da União Geral dos Trabalhadores da Palestina, Mohammed Iqnaibi.
Em sua abordagem, abrindo o encontro, Mavrikos saudou a CTB destacando o crescente papel que a entidade sindical brasileira vem desempenhando no difícil quadro político internacional, particularmente, pelos nefastos efeitos da crise capitalista à classe trabalhadora, e parabenizou a ascendência da central brasileira pela sua convicção em torno da FSM e pela sua atuação política que já extrapola a região latino-americana.
A FSM
Mavrikos resgatou a trajetória da FSM destacando o período desafiador nos anos 1990 e que já a partir da década seguinte a entidade ascendia em sua representação e atuação política. Hoje, conta com 86 milhões entre trabalhadores e trabalhadoras em sua base de filiação sindical de 126 países, garantindo presença em todos os continentes do mundo e reforçou a estratégia política anti-imperialista, anticapitalista, classista, socialista e de massas da FSM.
Desafios, organicidade e plano de ação
O secretário-geral destacou aspectos organizacionais importantes, particularmente, em relação às UIS (União Internacional de Sindicatos), pois as considera como meios de estabelecer ações e interações com os ramos e os locais de trabalho. Nesse particular registrou o papel estratégico que a CTB tem em ter assumido o comando da UIS Metal por meio do brasileiro Francisco Sousa. Deposita muitas expectativas em torno dessa nova direção. Nessa oportunidade registrou-se com pesar a perda do ex-secretário geral dessa UIS, Igor Urrutikoetxea.
Mavrikos também chamou a atenção para a importância de reforçamento das oficinas regionais e sub-regionais da FSM e que a CTB, que já joga grande papel no Brasil, deve ampliar sua contribuição às outras regiões. Nessa direção convidou a central classista brasileira a integrar-se em agendas intercontinentais e que a partir do plano de ação que a reunião do Conselho Presidencial aprovará para os anos 2014-2015 será possível efetivar melhor essa participação.
Compromisso da CTB
O presidente nacional da CTB e coordenador da delegação cetebista, Adilson Araújo,iniciou sua abordagem destacando a complexa conjuntura internacional e os efeitos da crise no Brasil, destacadamente sobre o nível do crescimento econômico brasileiro e as dificuldades em alcançar uma pauta trabalhista mais avançada para a classe trabalhadora brasileira.
Resgatou o rápido e influente protagonismo da jovem CTB, que em tão pouco tempo de vida – seis anos – se destaca por ser a central que mais cresce em seu país. Sua plataforma política classista, anti-neoliberal, plural composição e tática assentada na unidade de ação entre as demais centrais, são traços que justificam essa trajetória.
Mais uma vez, assumiu, em nome da CTB, compromissos para contribuir com o fortalecimento da FSM em nível nacional e internacional, e que fará todos os esforços políticos e organizacionais, sobretudo, a partir da FSM Cone Sul e da UIS Metal, para o êxito dos objetivos libertários da classe trabalhadora difundidos pela FSM e pela CTB.
Considerou o encontro como um acúmulo político histórico na relação entre a CTB e a FSM e nessa direção convidou o secretário-geral George Mavrikos a se fazer presente no dia nacional de luta das centrais sindicais no Brasil dia 9 de abril e participar da reunião da direção nacional da CTB nesse mesmo período.
Ao final agradeceu, em nome da delegação brasileira, o convite e a gentileza como foram recebidos em Atenas.
Por uma estratégia classista
Complementando a presidência, o dirigente da CTB e vice-presidente da FSM, João Batista Lemos, destacou os aspectos estratégicos que as duas entidades classistas podem exercer na América Latina e Caribe e que, para isso, se faz necessário aprofundar essa discussão o quanto antes. Além disso, comentou o papel que o Encontro Sindical Nossa América (ESNA) pode contribuir nessa direção e convidou a FSM a se fazer presente no seu 6º encontro que ocorrerá dias 3 e 4 de maio em Cuba.
Já o secretário de relações internacionais da CTB e coordenador da FSM para o Cone Sul, Divanilton Pereira, entregou para o George Mavrikos uma proposta de cooperação entre a CTB, o Centro de Estudos Sindicais (CES), a FSM e suas entidades filiadas. O projeto objetiva desenvolver estudos e investigações sobre a realidade política, econômica, social e sindical de algumas regiões do mundo. Além disso, apresentou o plano de ação 2014 para o Cone Sul elaborado em outubro do ano passado no Uruguai.
Finalizando o encontro, o secretário-geral da FSM considerou a reunião como muito produtiva, pois temas estratégicos foram abordados e que a partir de então, deve-se estabelecer outras com maior regularidade.
E considerando a realidade sindical internacional contemporânea afirmou: “No que pese algumas diferenças e circunstâncias políticas e sindicais existentes em algumas regiões, o lema da FSM é unificar todos, pois defendemos um sindicalismo aberto e de massas. Não somos um partido político”.
Todos os presentes concordaram que, após o encontro, novas possibilidades políticas e organizacionais entre a CTB a FSM foram descortinadas.
*é secretário de Relações Internacionais da CTB