MST realiza grande Ato em Defesa da Reforma Agrária

Reunidos desde segunda-feira (10) em Brasília, os mais de 15 mil militantes do Movimento Sem Terra (MST) realizaram um Ato em Defesa da Reforma Agrária durante o seu 6º congresso na noite desta quinta-feira (13). O lema “Lutar! Construir reforma agrária popular!” norteia o debate político da entidade que completa 30 anos em 2014.

Por Mariana Serafini, do Portal Vermelho

Ato político do MST - Comunicação MST

O ato político contou com a presença de diversas autoridades políticas e representantes de outros movimentos sociais. O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, também esteve presente.

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), afirmou que o congresso do MST honra o Brasil devido à importância do movimento para a democracia brasileira. “Na democracia os movimentos que têm bandeira, direção, programa e rosto, são os movimentos que têm capacidade de avançar na revolução democrática do nosso país”.

Os militantes criticam o posicionamento do Governo Federal, que segundo eles, não avançou na questão da reforma agrária nos últimos 12 anos. Se reuniram com a presidenta Dilma Rousseff nesta quinta-feira (13) e levaram uma série de demandas referentes aos problemas das famílias acampadas e assentadas em todo o país.

Foto: Blog El Círculo de Viaje


O bispo Dom Guilherme, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, criticou o agronegócio explorador e defendeu um novo modelo de desenvolvimento agrário. “Estamos ingerindo veneno, nunca antes se morreu tanta gente com câncer, não podemos aceitar essa realidade”. Disse ainda que nenhum governo democrático do Brasil deu prioridade à reforma agrária e elogiou a luta do MST nos últimos 30 anos. “Tenham a ousadia e a coragem de continuar essa luta”, pediu.

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) leu um pronunciamento, que segundo ele, havia feito minutos antes na tribuna do Senado. Ele criticou o agronegócio, a presença de grandes multinacionais no campo, a ação da mídia em demonizar os movimentos sociais e o comportamento da classe média com relação à luta pela reforma agrária. Encerrou seu discurso com um pedido aos militantes: “o Brasil exige do MST muito mais que a ocupação e a reforma agrária. Há uma tarefa maior, a tarefa da revolução brasileira. Radicalizar a reforma é o caminho. O MST é a esperança e a esperança é a única que nunca morre”.

O ato político terminou com uma grande festa. Artistas do MST animaram com músicas cujo principal tema é a reforma agrária. Uma delas dizia “só sai reforma agrária com a aliança camponesa e operária”.