Denúncias apontam que existiam financiadores dos protestos

Em depoimento oficial à polícia, Caio Silva de Souza, acusado pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, afirmou que já foi convidado a participar de protestos “de forma remunerada” e que “existem financiadores” nesta manifestações.

Embora não acuse formalmente ninguém, Caio disse acreditar "que alguns partidos pagam os manifestantes" e citou partidos como Psol, PSTU e a ativista Elisa Quadros, a Sininho, por estarem financiando a participação de jovens nestas manifestações.

Nas acusações apresentadas, há uma lista de políticos e um delegado do Rio de Janeiro que estavam contribuindo com os participantes dos protestos.

A cada dia, novas situações colaboram para elucidar o quadro de violência que vem ocorrendo nas últimas manifestações populares e esclarece que a proposta de instaurar o caos e a desordem eram metas de algumas dezenas de pessoas que se infiltravam nestas ocasiões que quase sempre terminava em quebra-quebra, depredação do patrimônio público, e ações violentas tanto por parte de alguns manifestantes quanto da polícia, na tentativa de repreender a agitação.

 
Tais denúncias levam a crer que dezenas de jovens que se auto intitulam do movimento anarquista Black blocs ou por Anonymus, eram aliciados por políticos ou por essa uma "nova organização", apenas para se ganhar dinheiro, demostrando que não há ideologia política, ou ação espontânea – como dizia nos convites das redes sociais – ou até mesmo luta por justiça social como finalidade em suas participações nestes protestos.

Os Black block's em manifestação no Rio de Janeiro.

Desde as primeiros declarações, o advogado da dupla de presos Jonas Tadeu Nunes denunciou à imprensa que partidos e outros grupos financiam jovens para criar “terrorismo social”. Em suas declarações foi citado o nome do deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ) que poderia ter ligação com os acusados ou de ser um dos financiadores dos protestos violentos. Caso que a grande mídia continua ponderando. O deputado nega qualquer envolvimento com os acusados.
 

As investigações

O delegado Maurício Luciano, responsável pelo inquérito que apura a morte do cinegrafista disse que o fato de Caio Silva de Souza ter dito em depoimento, que há aliciamento de manifestantes, não interfere no relatório que vai entregar nesta sexta-feira (14) ao Ministério Público. O delegado reafirmou que a possibilidade de manifestantes receberem dinheiro para fazer atos violentos nos protestos faz parte de outra investigação que vem sendo desenvolvida pela Polícia Civil do Rio.

Para o delegado, o possível envolvimento dos manifestantes com partidos políticos, conforme tinha denunciado o advogado dos suspeitos, não interfere na questão da morte do cinegrafista. “Eu preciso apenas entregar ao Ministério Público uma investigação de homicídio”, disse.

O delegado explicou, no entanto, que o crime não está em aliciar ou pagar alguém para fazer manifestação, o que para ele pode ser discutido sobre o ponto de vista moral e eleitoral, caso parta mesmo de partidos políticos. O crime, para ele, é se isso acontecer no caso de os manifestantes serem pagos para praticar atos violentos. “O que é crime é pagar para incentivar a violência. Atos de hostilidade, de vandalismo. Isso que é crime, e pode configurar uma organização criminosa. Se tenho alguém que incentiva grupos a praticar um número indeterminado, de forma dividida, com divisão de tarefas ou algum comando, que não precisa ser sofisticado, existe a figura da organização criminosa”, analisou.

“Tudo permanece como está, com ambos [Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, suspeitos de terem praticado o crime] indiciados por homicídio qualificado, por emprego de artefato explosivo e crime de explosão”, explicou.

Porém, as doações são um caminho para identificar o elo entre políticos e os mascarados que aparecem na linha de frente quando os protestos terminam em tumulto e violência. E para tanto, estes fatos devem ser esclarecidos e rigorosamente punidos.

Da redação do Vermelho,
Com agências