Estudantes e professores se unem em defesa das Fatecs e ETCs

Segundo os dicionários a palavra ‘’unificar’’ significa tornar único ou unido, convergir para o mesmo fim. Na tarde de sexta-feira (21) tal conceito pôde ser claramente observado durante a manifestação que reuniu professores, funcionários e estudantes em uma só voz, em defesa das Fatecs e Etecs do estado de São Paulo.

O movimento aconteceu no centro da cidade, em frente ao Centro Paula Souza, autarquia do governo que administra as instituições. Na pauta estavam a exigência de um plano de carreira digno para os professores, assim como mais estrutura e qualidade para os estudantes. As reivindicações impulsionam a greve iniciada no último dia 17 de fevereiro.

Para a presidenta da UEE-SP, Carina Vitral, a organização estudantil fortalece a greve dos professores. Do alto do carro de som, a líder estudantil embalava as reivindicações. ‘’Estamos aqui para demonstrar toda nossa solidariedade e também dizer que esta é a oportunidade dos estudantes lutarem por suas pautas. Queremos bolsas de iniciação científica, queremos bandejão, queremos assistência estudantil! Nossa luta é justa e nossa unidade o mais precioso tesouro’’, bradou.

Também exaltando a unidade da manifestação, a professora da Etec Lauro Gomes, Tânia Vendrasco, declarou que ‘’ a unidade faz a força para acabar com os desmandos que tratam o professor como mão de obra barata, qualificada e escrava’’.

Durante todo o dia, diversas manifestações ocorreram pelo estado, nas Fatecs e Etecs do interior.

‘’É um movimento descentralizado que surge com muita força vinda dos estudantes, professores e funcionários’’, falou a diretora da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES), Ângela Meyer.

Negociações

Após três horas do início da manifestação, uma comissão de estudantes e trabalhadores foi recebida pela superintendente do Centro Paula Souza, Laura Laganá. Contudo, não houve nenhuma negociação.

‘’Não obtivemos nenhuma resposta concreta. Nem para os estudantes, nem para os professores. Por isso, continuaremos na luta, com a greve cada vez mais forte. Não vamos desistir’’, falou o presidente do DCE-Fatec, Arthur Miranda.

Um novo ato está marcado para acontecer na próxima terça-feira (25/2), na Avenida Paulista, às 14h.

Ditadura não!

Na tarde de ontem, a presidenta da UPES, Nicoly Mendes , foi proibida de conversar com os estudantes na Etec Getúlio Vargas.

O diretor da instituição chegou a tirar o megafone das mãos da presidenta, e ordenou que todos os portões fossem fechados, impedindo sua saída.

‘’Tive que pular o muro. Não podemos aceitar que mesmo após cinquenta anos do golpe militar ainda existam atitudes autoritárias como essa dentro de uma instituição de ensino. Felizmente ainda somos muitos e temos força para lutar contra os opressores’’, salientou Nicoly.

Um boletim de ocorrência será registrado informando o cárcere privado.

Fonte: Site da UNE