Renato Ramos: Torcidas Organizadas, próximas do fim?

2014: Copa do Mundo no Brasil. 2013: mais de 30 mortos em decorrência de violência entre torcidas organizadas no Brasil, levando o País a um dos mais violentos nesse quesito no mundo.

Por Renato Ramos

23 de fevereiro de 2014, empate em 0 a 0 no clássico entre São Paulo e Santos no estádio do Morumbi. Briga entre torcedores na Via Anchieta antes da partida com um torcedor do Santos baleado, massacre de um jovem de 15 anos integrante da Torcida Jovem do Santos próximo ao estádio do Morumbi, morto a pauladas, massacre de outro torcedor Santista de 34 anos na Zona Leste, também a pauladas.

A pergunta que fica a todos é: Onde vamos chegar? Como está sendo tratado o tema pelo estado? Dois mortos e um baleado em um dia e pasmem com um público de apenas 16 mil torcedores no estádio do Morumbi.

Fui presidente de torcida por 13 anos, vi muita coisa, tentamos por diversas vezes corrigir caminhos que achávamos estar errados dentro das torcidas organizadas, seminários de torcidas, reuniões, mas se passam os dias, e cada vez mais tem uma triste constatação que tem valor em torcida organizada aquele que briga, rouba, usa e vende drogas, já quem defende ação social, relação amigável com outras entidades, boa relação com os torcedores comuns é visto como “vacilão”.

Sem falar que a maioria desses torcedores violentos que em sua maioria fazem parte das chamadas “linha de frente” das torcidas são beneficiados pelas mordomias ofertadas pelas diretorias dos clubes, como ingressos e viagens para acompanhar os clubes por onde jogam.

*Membro do comitê municipal do PCdoB de Santo André, membro do conselho municipal de turismo de Santo André, associado do Esporte Clube Santo André e fundador da Torcida Fúria Andreense.