Presidente palestino garante apoio à Síria em conflito regional

Na escalada de atentados no Líbano, de reflexos regionais, os refugiados palestinos são novamente postos no meio das tensões. O portal Al-Akhbar descreve um dos aspectos da situação, nesta semana, com o envolvimento de um palestino nos ataques da semana passada, que deixaram 11 pessoas mortas. Em outro sentido, o presidente da Autoridade Palestina (AP) Mahmoud Abbas declarou apoio ao governo sírio do presidente Bashar Al-Assad, questão diretamente ligada ao contexto libanês.

Obama e Abbas - EPA / Arquivo

Nidal al-Moughir era um refugiado residente da vila palestina de Al-Baysarieh, no sul do Líbano, e que acabou aderindo às brigadas Abdullah Azzam, ligada à rede terrorista Al-Qaeda. Seu líder, Ahmad al-Assir, tem sido procurado pelas autoridades libanesas, após ordenar ataques às forças de segurança e às regiões influenciadas pelo partido e movimento de resistência islâmica Hezbolá.

O movimento é tornado alvo dos grupos de tática terrorista e ideologia extremista devido ao apoio garantido ao Exército da Síria no combate aos paramilitares de mesma estirpe, que lutam contra o governo sírio com o respaldo de regimes regionais como a Arábia Saudita, de acordo com as autoridades nacionais.

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“Aqueles que escolhem homens para os ataques suicidas sabem o que estão fazendo”, escreve Amal Khalil, em artigo para o portal libanês Al-Akhbar. Nidal al-Moughir foi identificado como um dos suicidas nos ataques da semana passada, às portas de um centro cultural iraniano. O local, de influência de Hezbolá e próximo a uma representação do Irã, que apoia a resistência islâmica e também o governo sírio, é outro cálculo, não resta dúvidas.

Além disso, escreve Khalil, é bastante sabido entre os vizinhos que muitos parentes da sua família eram do Hezbolá. O próprio Al-Moughir foi do movimento de resistência islâmica e lutou contra a invasão israelense de 2006.

Palestinos de Al-Baysarieh afirmam que o ódio não é ideológico, e que estão tentando manter-se fora de uma nova guerra, indicando que os suicidas recrutados pelos grupos extremistas incluem mais libaneses do que palestinos, em resposta a acusações de que passaram a ser alvos.

Além disso, o presidente Abbas também garantiu apoio às iniciativas diplomáticas em que o governo da Síria tem se dedicado. Ele chegou ao país pela primeira vez como um refugiado após a Catástrofe, a “Nakba”, em 1948, quando milhares de palestinos foram expulsos das suas vilas durante o estabelecimento do Estado de Israel.

Abbas também decidiu envolver-se nos esforços de reconciliação e de um acordo político negociado entre o governo sírio e os grupos que se apresentam como a oposição.

Apesar da posição dos milhares de refugiados palestinos vivendo na Síria, que precisavam ser mantidos neutros, mas que acabaram sendo envolvidos na violência, o presidente disse que seus diplomatas dedicaram-se diretamente aos planos diplomáticos para a crise no país aliado

Por Moara Crivelente, da redação do Vermelho
Com informações das agências