Potências se articulam por solução diplomática da crise ucraniana

Os ministros das Relações Exteriores da China, Wang Yi, e da Rússia, Sergei Lavrov, mantiveram nesta segunda-feira (3) um intercâmbio de pontos de vista por telefone sobre a situação na Ucrânia.

Uma breve nota divulgada pela agência estatal chinesa Xinhua indica que as duas partes coincidiram que o tratamento adequado da crise é relevante para salvaguardar a paz e a estabilidade regional.

Segundo a agência noticiosa chinesa, o chanceler russo explicou a seu par chinês a posição do Kremlin sobre a crise na Ucrânia.

No domingo (2), o porta-voz da chancelaria chinesa Qin Gang exortou as partes envolvidas no conflito da Ucrânia a respeitarem o direito internacional e encontrar uma solução política através do diálogo e da negociação.

Qin disse que a China está profundamente preocupada e reiterou que seu país se adere ao princípio da não interferência nos assuntos internos de outros países e respeita a independência, a soberania e a integridade territorial da Ucrânia.

O porta-voz condenou a violência nesse país ocorrida nas últimas semanas e insistiu em que a China chamou todas as partes a solucionarem de forma pacífica e legal as divergências.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, aceitou uma proposta da chanceler alemã, Angela Merkel, para a criação de um grupo de contato com o objetivo de iniciar "um diálogo político" sobre a Ucrânia, anunciou neste domingo (2) o governo alemão.

A informação foi confirmada após telefonema entre autoridades dos dois países. "O presidente Putin aceitou a proposta da chanceler de estabelecer imediatamente uma missão de inquérito e um grupo de contato, eventualmente sob a direção da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (Osce), para dar início a um diálogo político", disse por meio de comunicado o governo alemão.

Situação na Crimeia

Internamente, numerosos altos oficiais militares e de segurança ucranianos com atuação na Crimeia juraram fidelidade à República Autônoma da Crimeia e se opõem ao governo imposto em Kíev por meio de um golpe de Estado.

O chefe do Serviço de Segurança da Crimeia Petyor Zima, o chefe do Departamento de Assuntos Internos na Crimeia Sergey Abışov, o chefe do Serviço de Situações de Emergência, Sergei Shakhov e o diretor dos guardas de fronteira Victor Melnichenko todos fizeram um juramento de fidelidade ao povo da Crimeia. O contra-almirante Denis Berezovsky já tinha também jurado fidelidade ao povo de Crimea e prometeu assumir o controle sobre a recém-formada Marinha da Crimeia.

O primeiro-ministro admitiu que uma série de questões está pendente para ser tratada na Crimeia. A discussão sobre o desenvolvimento de uma estratégia comum se realizará nesta terça-feira (4) na reunião do Conselho de Ministros da Crimeia.

Em entrevista à Rossiyskaya Gazeta, Aksyonov prometeu criar um estado estável na Crimeia em maio.

Com agências