Cooperação regional é crucial para a segurança na África

Uma fonte oficial da União Africana informou, nesta quinta-feira (6), que a Missão para o Mali e o Sahel (Misahel) da organização regional lançou uma iniciativa de cooperação com os países do Sahel africano para combater o terrorismo, como parte dos esforços para estabilizar a região.

Segurança África - Kujenga Amani

Pierre Buyoya é o representante da União Africana (UA) para o Mali e o Sahel, região da de transição entre o deserto do Saara e as terras mais férteis a sul, que forma um corredor quase ininterrupto do Atlântico ao Mar Vermelho. Ele disse que a organização está implementando o Acordo de Nouakchott entre os países da região, que possibilitará a cooperação entre as agências de segurança no combate ao terrorismo e na investigação de crimes transnacionais.

O conselheiro especial de Buyoya, Issaka Souare, citado pelo portal de notícias All Africa, disse que o objetivo do acordo é “reunir agentes de segurança, órgãos e estruturas do setor securitário para trabalharem juntos e construírem esforços e recursos na luta contra o terrorismo e outras formas de criminalidade transnacional.”

A iniciativa regional se consolida no momento em que se discute a presença de tropas estrangeiras, sobretudo a partir de operações lançadas unilateralmente e de forma ilegal, como foi o caso da França, quando interveio militarmente no Mali, norte da África, antes da permissão do Conselho de Segurança, em janeiro de 2013.

Entretanto, iniciativas regionais anteriores de combate ao terrorismo tiveram pouco sucesso antes da assinatura do acordo. Souare explica que a Missão para o Mali e o Sahel (Misahel) tem encorajado os países da região a unirem-se no combate aos grupos armados responsáveis pela desestabilização.

Aprofundar e consolidar a cooperação

“O que precisávamos fazer era quebrar o gelo. Foi a primeira vez que os chefes de segurança e de serviços de inteligência da região reuniram-se de forma regular, aberta e franca, pode-se dizer, para discutir os desafios securitários na região,” disse Souare.

O conselheiro afirma que o esforço centra-se no avanço dos canais de comunicação entre os serviços de segurança e, depois, na construção de forças conjuntas. Para ele, é improvável que os países possam combater individualmente os crimes transfronteiriços sem o apoio e a cooperação dos seus vizinhos.

“Um bom sinal de sucesso para uma iniciativa é quando ela é realmente apropriada pelos países aos quais diz respeito, quando há apropriação nacional,” disse Souare. “A apropriação [da iniciativa] pelos países da região é o nosso objetivo primário.”

“Estamos tentando impulsionar essa cooperação. Mas, lenta e gradualmente, os países do Sahel vão conduzir a iniciativa e não precisarão mais do envolvimento direto da União Africana (…). Partimos da observação de que a maior parte dos desafios securitários na região não pode ser enfrentada por um único país.”

O Sahel inclui porções da Gâmbia, Senegal, sul de Mauritânia, o centro do Mali, Burkina Faso, o sul da Argélia e do Níger, o norte da Nigéria e de Camarões, o centro do Chade, sul do Sudão, norte do Sudão do Sul e a Eritréia.

Da redação do Vermelho,
Com informações do portal All Africa