Lula Morais: “Joaquim Barbosa não tinha prova contra José Dirceu”

Em pronunciamento no primeiro expediente da sessão plenária da última sexta-feira (07/03), o deputado estadual Lula Morais (PCdoB) ressaltou que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, não tinha provas contra o principal condenado no processo do mensalão, o ex-ministro José Dirceu. “A cada dia que passa vai-se desvendando a atitude preocupante em que se deu todo o julgamento da ação penal 470, o chamado processo do mensalão”, enfatizou o deputado.

O parlamentar citou a matéria do repórter Felipe Recondo, setorista do Estadão no STF, que afirma que Joaquim Barbosa criticou o relatório do Procurador Geral da República Roberto Gurgel, considerando-o falho e inconsistente, e sem provas contra José Dirceu.

De acordo dados da matéria, ressaltada por Lula Morais, a pena para os condenados pelo crime de formação de quadrilha no julgamento do mensalão foi calculada por Barbosa para evitar a prescrição. “O presidente do STF, então relator da matéria, afirma, em um determinado momento, a sua preocupação com a inconsistência das provas contra um dos acusados daquele processo, José Dirceu”, ressaltou o parlamentar.

Em seu pronunciamento, Lula Morais citou como teria se dado a escolha de Barbosa para o STF. Conforme ressaltou o deputado, notícia divulgada na coluna de Mônica Bergamo dava conta do desejo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em nomear o primeiro ministro negro do STF, em 2003. De acordo com o parlamentar, Barbosa contou inclusive com o auxílio de Frei Betto e de Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil condenado pelo mensalão.

Em aparte, o deputado Antonio Carlos (PT) classificou o pronunciamento de Lula Morais como “esclarecedor” e cobrou o julgamento do mensalão mineiro. O deputado Fernando Hugo (SDD), por sua vez, referiu-se ao mensalão do PSDB, e afirmou que defende cadeia para os envolvidos, caso sejam culpados.

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Fonte: Agência de Notícias da AL