PF anuncia greve nacional de três dias a partir desta terça (11)

Policiais federais em todo o país estarão em greve de desta terça-feira (11) até quinta-feira (13). Na quarta-feira (12), a partir das 14h, agentes, escrivães e papiloscopistas farão protesto em frente à Esplanada dos Ministérios, em Brasília, usando elefantes brancos infláveis. A categoria já havia realizado manifestações em 25 e 26 de fevereiro. 

Os trabalhadores defendem a reestruturação de toda a segurança pública e querem denunciar o que chamam de ineficiência do sistema criminal e do inquérito policial no país. “O elefante mostra exatamente isso, ele é enorme, lento e não resolve grande coisa”, diz o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Jones Borges Leal.

Os servidores da PF reivindicam melhores condições de trabalho, a reestruturação da carreira e definição das atribuições dos agentes, assim como mais investimentos e reconhecimento profissional. Segundo pesquisa divulgada pela Fenapef, 90% dos policiais sentem-se subaproveitados na corporação, 70% consideram ter a saúde afetada com o trabalho e 30% admitem tomar medicamento controlado, passando por tratamento psicológico e/ou psiquiátricos.

A entidade também afirma que servidores sem experiência operacional em campo estão sendo indicados por critérios políticos para planejar e coordenar a segurança da Copa 2014. “Precisaríamos melhorar muito o quadro da Polícia Federal para fazer uma Copa com segurança total, mas não temos mais tempo para isso. Por outro lado, a Forças Armadas, por exemplo, são treinadas para um combate, para uma guerra, e não para fazer segurança pública”, afirma Leal.

A Fenapef defende a instalação de uma carreira única na PF e a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 51/2013, do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que modifica toda a estrutura de segurança pública e estabelece a desmilitarização das policias. Outra reivindicação se refere à regulamentação da Lei 12.855/2013, conhecida como adicional de fronteira, que prevê gratificação aos trabalhadores que atuam com prevenção, controle e fiscalização em áreas fronteiriças.

A entidade representa aproximadamente 14 mil servidores. Agentes, escrivães e papiloscopistas são cerca de 80% do total. 

Fonte: Rede Brasil Atual