Síria apoia Genebra 2 com combate ao terrorismo em primeiro plano

O representante permanente da Síria perante as Nações Unidas, Bashar Jaafari, ratificou nesta quinta-feira (13) que seu país aceita a agenda proposta pelo mediador Lakhdar Brahimi para avançar na conferência de Genebra, com o combate ao terrorismo como primeiro ponto.

"Apoiamos essa iniciativa como um todo, sem parcialidades", declarou à imprensa depois de uma sessão do Conselho de Segurança dedicada ao conflito no país árabe, debate no qual Brahimi expôs suas considerações sobre o processo de Genebra para a busca de uma saída política à crise.

Segundo Jaafari, a proposta de agenda começa a deter a violência e combater o terrorismo, seguida pelos temas do estabelecimento de um corpo governamental de transição, as instituições estatais e a reconciliação nacional, por essa ordem.

Nos primeiros dois meses do ano foram realizadas na cidade suíça duas rodadas de diálogos entre o governo sírio e os opositores que aceitaram o diálogo, mas não foram registrados avanços concretos.

Damasco manteve então sua postura de considerar a luta antiterrorista chave para uma solução pacífica do conflito, enquanto que as forças antigovernamentais – apoiadas pelos Estados Unidos e seus aliados – reclamaram um governo de transição, que junto com Washington interpretam como a saída do poder do presidente legítimo, Bashar al-Assad.

A intervenção de Brahimi perante o órgão de 15 membros foi a portas fechadas, mas diplomatas ocidentais, citados pela imprensa, disseram em condição de anonimato que o mediador pediu às partes uma maior motivação para regressar à mesa de negociações em Genebra.

Outro tema mencionado pelo enviado especial da ONU para a Síria e organizador da conferência foi o panorama eleitoral no país árabe, depois da aprovação no Parlamento de uma lei para eleições abertas a diversas forças políticas.

Brahimi sustentou perante o Conselho que eventuais eleições presidenciais seriam incompatíveis com o processo de Genebra.

Sobre esse assunto, o embaixador sírio nas Nações Unidas esclareceu que a norma é abrangente, porque inclui questões relacionadas às eleições legislativas e municipais, não só às presidenciais.

Além disso, afirmou que se trata de um assunto interno, sobre o qual deve ser decido apenas pelos habitantes da nação árabe.

O Conselho de Segurança apoiou a gestão de Brahimi e a realização de uma terceira rodada de diálogos, sobre a qual não mencionou data, e também não se sabe com certeza a atitude que tomará a oposição.

No entanto, a sessão foi concluída sem consenso para aprovar um documento sobre a crise na Síria.

Fonte: Prensa Latina