Maioria esmagadora decide união da Crimeia com a Rússia

Mais de 95% dos eleitores no referendo da Criméia responderam "sim" à união da república autônoma à Rússia e menos de 5% dos eleitores querem que a região continue a fazer parte da Ucrânia, de acordo com resultados preliminares.

Com mais de 75% dos votos já apurados, o resultado preliminar mostra que 95,7% dos eleitores disseram "sim" à união da Crimeia com a Rússia como uma unidade constituinte da Federação Russa.

Os resultados preliminares do voto popular foram anunciados durante uma reunião no centro de Sebastopol, a cidade que hospeda frota do Mar Negro da Rússia.

A participação global dos eleitores no referendo sobre o estatuto da Crimeia é de 81,37%, de acordo com o chefe da comissão do parlamento da Crimeia sobre o referendo, Mikhail Malyshev.

Em Simferopol, a capital da República da Crimeia, dezenas de milhares de pessoas se reuniram para celebrar o resultado do referendo na Praça Lênin.

Coerência

O presidente russo, Vladimir Putin, disse que aos cidadãos da península foi dada a oportunidade de expressar livremente a sua vontade e exercer o seu direito à autodeterminação.

O referendo na Crimeia foi totalmente coerente com o direito internacional e da Carta das Nações Unidas, disse o presidente russo, Vladimir Putin, em telefonema ao presidente dos EUA, Barack Obama, depois de a esmagadora maioria dos crimeanos manifestar a vontade de se juntar à Rússia.

Os cidadãos da península tiveram a oportunidade de expressar livremente a sua vontade e exercer o seu direito à autodeterminação, afirmou o presidente russo durante a conversa com Obama, segundo o serviço de imprensa do Kremlin.

No entanto, os Estados Unidos e a "comunidade internacional" não reconhecerão os resultados do referendo, disse um porta-voz da Casa Branca.

Apesar das diferenças existentes na avaliação da situação na Ucrânia, os líderes da Rússia e EUA concordaram que devem procurar em conjunto ajudar a estabilizar a situação no país, disse o Kremlin.

"Putin chamou a atenção para a incapacidade e falta de vontade das autoridades atuais de Kiev para conter grupos ultranacionalistas e radicais desenfreados, que desestabilizam e aterrorizam os civis, incluindo a população de língua russa, e os nossos concidadãos", afirma o comunicado do Kremlin .

Neste contexto, foi discutida a possibilidade de enviar uma missão de observação da Organização de Segurança e Cooperação Europeia (OSCE) para a Ucrânia, informou a assessoria de imprensa do governo russo. O presidente da Rússia acredita que essa missão deve ser estendida a todas as regiões da Ucrânia.

Russia Today