Crimeia inicia oficialmente reunificação com Rússia

Parlamento declara região independente de Kiev e afirma que propriedades estatais da Ucrânia na península serão confiscadas.

Populares levaram bandeiras da URSS em demonstrações

Após 96,7% da população da Crimeia ter referendado a separação da Ucrânia, o parlamento regional declarou nesta segunda-feira (17) a independência de Kiev e aprovou o início das movimentações oficiais para que o território seja anexado à Federação Russa.

Autoridades da Crimeia já informaram que toda propriedade estatal da Ucrânia na península separatista será nacionalizada. Além disso, o rublo russo já está sendo introduzido como uma segunda moeda oficial paralelamente à grívnia ucraniana; e também há planos para que a Crimeia adote o fuso-horário russo.

"A República da Crimeia se dirige à Federação Russa pedindo que seja aceita no seio da Rússia na qualidade de uma nova entidade", assinala o texto aprovado nesta segunda-feira pelo parlamento.

A movimentação oficial acontece no dia seguinte do referendo separatista na Crimeia — considerado ilegal por Kiev e pela maioria dos países ocidentais. Segundo dados oficias da comissão eleitoral, 96,77% dos 1.274.096 crimeanos que votaram no pleito optaram pela independência (83,1% dos eleitores registrados compareceram às urnas).

Uma delegação de parlamentares da Crimeia viajou para Moscou para discutir os procedimentos necessários à anexação. O reconhecimento do Kremlin ao desejo da Crimeia será feito mediante um acordo bilateral assinado por autoridades de ambos os lados.

"A independência será reconhecida por meio da assinatura de um acordo interestatal. Acredito que abordaremos com rapidez e responsabilidade", disse Sergei Narichkin, presidente da Duma, a câmara baixa do Legislativo russo.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, vai discursar na terça-feira (18) em uma sessão no parlamento para falar sobre a situação da Crimeia. Às 15 horas de Moscou (8 horas em Brasília), Putin falará na sala São Jorge do Kremlin, para onde os deputados russos se dirigirão após o fim da sessão legislativa.

Moscou também anunciou nesta segunda que propôs a Estados Unidos e União Europeia a criação de um "grupo de apoio" multilateral para resolver a crise na Ucrânia. A chancelaria afirmou que o colegiado deverá respeitar os "interesses do povo multiétnico da Ucrânia" e apoiar as "legítimas aspirações de todos os ucranianos de viver em segurança".

Do Portal Vermelho, com agências