Deputados discutem novas regras para criação de municípios 

No dia em que o Congresso Nacional vai votar o veto presidencial total ao projeto de lei que permite a criação de novos municípios, marcada para esta terça -feira (18), às 19 horas, uma comissão especial da Câmara analisa alterações na Constituição Federal que facilitem essa criação de municípios. Muitos deputados, inclusive da base aliada, são contrários ao veto presidencial e anunciam a sua derrubada. 

Caso não seja derrubado o veto, a Câmara já iniciou a análise de quatro propostas de emenda à Constituição que tramitam em conjunto e já foram aceitas pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Entre as mudanças sugeridas, está o fim da exigência de lei estadual para emancipação de localidades que tenham mais de 10 mil habitantes e estejam a mais de 70 quilômetros da sede do município. Fica mantida a exigência de consulta prévia, por meio de plebiscito, às populações diretamente interessadas na criação do novo município.

Para o relator da matéria na CCJ, deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), as alterações vão responder aos interesses das populações locais. "Não é possível que núcleos populacionais enormes que ficam longe da sede dos municípios não tenham seu próprio governo, ficando dependentes de soluções muito longínquas. Sou completamente favorável à criação de novos municípios do Brasil, dentro de certo número de habitantes, porque isso é um direito natural das populações de qualquer parte do País de se autogovernar, de se autodirigir e cuidar de seus próprios interesses."

As propostas também definem "população interessada", no caso da criação de novos municípios. Uma delas sugere que população interessada é aquela formada pelos eleitores da área a ser emancipada. Já outro projeto exige que a consulta seja feita a toda a população do estado envolvido.

A presidente Dilma Rousseff vetou totalmente o projeto que facilitava a criação de municípios. A proposta, em tese, possibilitaria a criação de aproximadamente 400 novas cidades. Na mensagem ao Congresso, Dilma disse que o texto contraria o interesse público, já que os novos municípios poderão gerar despesas sem a criação de novas receitas.

Da Redação em Brasília
Com Agência Câmara