Destino do prefeito de Bogotá está nas mãos de Santos 

Após decisão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que concedeu nesta terça-feira (18) medidas cautelares ao prefeito de Bogotá, Gustavo Petro, o destino do político de esquerda está nas mãos do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos. Petro foi destituído e inabilitado por 15 anos pela Procuradoria Geral de seu país pela suposta má gestão de uma crise na coleta de lixo da capital colombiana.

Procuradoria confirma destituição de prefeito de Bogotá - EFE

Na decisão, a CIDH reiterou que a inabilitação para exercer cargos públicos pode vir somente de uma condenação de um juiz penal, e a Procuradoria é uma autoridade administrativa. O documento da CIDH, que tem sede em Washington, pede que a medida seja tomada para que Petro "possa cumprir com o período para o qual foi eleito prefeito da cidade de Bogotá".

Petro foi eleito prefeito democraticamente, por meio de voto popular, no dia 30 de outubro de 2011 para o período 2012-2015. A situação do prefeito esta agora nas mãos de Santos, que deve decidir se procede com a destituição ordenada pela Procuradoria Geral ou com as medidas cautelares da CIDH, sobre as quais há polêmica no país, pois não se sabe se seu cumprimento é obrigatório ou não.

As medidas cautelares da CIDH foram anunciadas no mesmo dia em que o Conselho de Estado, o tribunal máximo para as disputas administrativas da Colômbia, negou as últimas tutelas — ou recursos de amparo — que pretendiam suspender a destituição e inabilitação impostas a Petro no dia 9 de dezembro pelo procurador-geral, Alejandro Ordóñez.

Com essa decisão, foram esgotadas as instâncias legais das quais Petro poderia recorrer contra a punição da Procuradoria Geral. Horas antes da decisão da CIDH, Petro tinha depositado no tribunal internacional a esperança de evitar sua destituição e inabilitação através de medidas cautelares. "Não sabemos se o sistema interamericano nos protege ou não. Se não o faz, não restará para nós um único centímetro quadrado de justiça", disse o prefeito da capital colombiana.

Procuradoria

A Procuradoria Geral considera que Petro cometeu falhas graves em dezembro de 2012 ao mudar o modelo de coleta de lixo de Bogotá, das mãos privadas para um modelo público, o que ocasionou uma crise nesse serviço durante três dias na cidade.

Segundo a Constituição colombiana, a Procuradoria Geral exerce a função de Ministério Público e de controle disciplinar dos funcionários do Estado, inclusive os de escolha popular, e representa à sociedade, sem competência penal.

Fonte: Opera Mundi