Rússia nega vantagem militar por reunificação com a Crimeia

O diretor do departamento de Segurança e Desarmamento da chancelaria russa, Mikhail Uliánov, negou na segunda-feira (24) que a reunificação da Crimeia com a Rússia viole a estabilidade política-militar entre Moscou e o Pacto Militar do Atlântico Norte (Otan).

O número de tropas e armamentos na Crimeia é tão insignificante, que é simplesmente insólito falar de uma violação de forças. As preocupações relevantes de alguns de nossos parceiros ocidentais estão privadas de qualquer razão, declarou à Itar-Tass.

Moscou insiste em que a expansão da Otan para o leste já destruiu todos os resultados que alguma vez proporcionaram o equilíbrio de poder no continente, recordou o analista.

Uliánov considera bem mais interessante a pergunta sobre como a reunificação da Crimeia com a Rússia afetará o funcionamento dos modos de contagem dos arsenais e de fomento da confiança no Velho Continente.

O representante da chancelaria admitiu que este tema merece ser examinado detalhadamente.

No entanto, do seu ponto de vista, esse reencontro histórico russo-crimeano muito provavelmente não terá uma influência significativa sobre essas opções de controle armamentista.

No domingo, o vice-ministro russo de Defesa Anatoli Antónov destacou que seu ministério está cumprindo todos os acordos internacionais sobre o limite das tropas nas regiões fronteiriças com a Ucrânia.

Recordou que após inspecionar essas zonas, os observadores internacionais chegaram à conclusão de que as Forças Armadas da Rússia não realizam nenhuma atividade militar que possa ameaçar a segurança dos países vizinhos.

O site do canal de televisão Russia Today destacou nesta segunda, no entanto, a opinião do colunista do jornal britânico The Daily Mail Peter Hitchens, que alerta sobre como o Ocidente empurra o mundo para uma nova Guerra Fria.

Hitchens considera que a ignorância e as declarações infundadas de políticos ocidentais junto com o que denomina cegueira seletiva dos meios europeus e estadunidenses estão levando o mundo para uma nova atmosfera de confronto no frio.

Hitchens deplora o maniqueísmo ocidental ao chamar cada ação russa de "malvada", enquanto todos os atos da Ucrânia são mostrados como "santos". O mundo não é assim, enfatiza.

O colunista adverte que quase nenhum dos meios jornalísticos britânicos informou sobre a agressão contra o diretor da Companhia de Televisão Nacional da Ucrânia, Alexánder Panteleimónov, por não proibir a transmissão de um discurso do presidente russo, Vladimir Putin.

Diante das câmeras, Panteleimonónov apanhou em Kiev, humilhado e obrigado a renunciar por membros do partido ultranacionalista Svoboda, inclusive deputados que fazem parte da Comissão de Liberdade de Expressão do Parlamento.

Supõe-se que tais pessoas são nossos aliados e amigos", conclui o colunista do jornal britânico The Daily Mail.

Fonte: Prensa Latina