Jô Moraes: Não há no horizonte sinais de ameaças contra a Copa

“Temos de desconstruir na sociedade essa mania de criar terrorismo e ameaças que a gente nem vê. Neste sentido, é muito importante esta reunião para que a sociedade tome consciência de que seus órgãos estão completamente cientes de suas responsabilidades para proteção do evento Copa do Mundo. Há uma preparação clara, concreta e não há no horizonte possível nenhum sinal dessas ameaças de terrorismo ou dessas manifestações que estão aí presentes”.

As declarações são da deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG) ao participar nesta quarta-feira (26) da Audiência Pública da Comissão de Esportes da Câmara voltada a obter informações sobre a segurança nas cidades-sede da Copa do Mundo, especialmente nos arredores dos estádios e dentro deles.

Participaram da audiência o general de Divisão Jamil Megid Júnior, assessor especial para Grandes Eventos do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas; o delegado Felipe Tavares Seixas, da Polícia Federal, e Andrei Augusto Passos, secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça. Eles foram enfáticos em esclarecer e afirmar que os preparativos e o planejamento para o maior evento do futebol mundial são minuciosos e envolvem tecnologia avançada e inteligência de proteção.

Hexacampeões

“Queremos saúde, queremos educação, mas também queremos ser hexacampeões”, afirmou Jô Moraes ao ressaltar que “a Copa do Mundo é um grande acontecimento que nosso povo já está começando a torcida, todo mundo se preparando, comprando ingressos, fazendo camisas”. E reiterou preocupação com o fato de, “em nome de uma coisa que veio lá das torres gêmeas (atentado ao complexo do World Trade Center), a gente crie um ambiente que não corresponda à sociedade brasileira. Precisamos deter, cercear ação dos predadores pois o bem público é o bem da sociedade, e este não podemos cercear”, disse.

A preocupação com as conversas sobre terrorismo, relativas a projetos que ameacem a livre manifestação da sociedade, ou à mobilização militar para atuar contra manifestantes foi, em várias oportunidades, reiterada pela parlamentar em razão até mesmo de, pouco antes da audiência pública, ela ter participado com a representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da Mídia Ninja, entre outras entidades da sociedade civil, de um encontro com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

O objetivo da reunião foi discutir a existência ou não de Legislação, projetos e esquemas especiais para cercear a livre manifestação da sociedade, pois circulam informações até de que as Forças Armadas iriam atuar contra as manifestações.

Mineirão

Jô Moraes ainda enfatizou a premência de uma diferenciação clara na ação para barrar a ação de depredadores e o trato com manifestantes em seus direitos legítimos de reivindicar, pois a ação dos primeiros não interessa à sociedade. “E para resolver isto tem, sobretudo, a inteligência”, disse.

Outra preocupação da parlamentar é a necessidade de se construir com a sociedade, especialmente com os moradores do entorno dos estádios, um esquema que não seja até agressiva à circulação, já que às vezes as pessoas sequer tomam conhecimento antecipado que haverá cerceamento de sua movimentação. Ela informou que foi cobrada por moradores do entorno do estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, quando da Copa das Confederações, por tais esquemas.

A Audiência Pública foi requerida pelo presidente da Comissão de Esportes, deputado Damião Feliciano (PDT-PB), que se respaldou na preocupação de o evento requerer “uma das maiores operações de segurança em nível internacional. A realização para um evento desta magnitude exige planejamento e utilização de avançadas tecnologias”, afirma o parlamentar em sua justificativa. Damião não pôde comparecer à reunião e os trabalhos foram conduzidos pelo vice-presidente da Comissão, deputado Afonso Hamm (PP-RS) e pela deputada Jô Moraes.

Informações do site da deputada Jô Moraes