PT quer investigar denúncias contra oposição na CPI da Petrobras 

O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), anunciou em entrevista coletiva nesta quinta-feira (27) que vai propor a ampliação do campo de investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que está sendo proposta pela oposição para investigar a Petrobras. O líder petista quer incluir como objeto de investigação da CPI casos de corrupção envolvendo governos tucanos de São Paulo e Minas Gerais. 

Entre esses casos, Vicentinho citou denúncias de superfaturamento e pagamento de megapropinas no fornecimento de bens e serviços por um cartel de empresas às companhias de trens e metrô de São Paulo, estado governado pelo PSDB há 20 anos – o caso chamado de trensalão tucano.

Do mesmo modo, denúncias sobre irregularidade e corrupção envolvendo tucanos ligados ao senador e presidenciável tucano Aécio Neves na gestão da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), além de irregularidades na gestão do Porto de Suape (PE), gerido pelo governo comandado pelo presidenciável Eduardo Campos (PSB).

“Nossa proposta é passar o Brasil a limpo, por isso, vou levar para a bancada a proposta de incluir no requerimento sobre a CPI um adendo para investigar as denúncias que envolvem os três casos”, disse. “Temos que colocar a verdade sobre a mesa para todo o povo saber a verdade”, completou Vicentinho.

Campanha antecipada

O líder petista disse ainda que o objetivo da oposição ao propor a CPI da Petrobras é claramente eleitoreiro. “A presidenta Dilma é uma mulher honrada, e não permitiria nada de errado no governo. A própria Petrobras, o Ministério Público, e a Polícia Federal já estão investigando”, disse, ao ressaltar o empenho do governo em investigar o suposto prejuízo com a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), pela Petrobras.

E relembra os casos de corrupção envolvendo a oposição, como as denúncias de formação de cartel e pagamento de propina no Metrô paulista, que estourou em 2013, a partir de investigações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), e que contou com a colaboração de uma das empresas envolvidas com a formação de cartel, a Siemens.

Com o desdobramento das investigações descobriu-se a participação de outras empresas, caso da Alstom, e pagamentos de propina a altos funcionários e autoridades públicas de São Paulo. Os pagamentos teriam começado em 1997, e atravessaram os governos de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin (todos do PSDB).

O caso da Cemig envolve acusações de desvio de recursos da Cemig para as campanhas do PSDB no estado. Segundo denúncia do vice-líder do PT na Assembleia Legislativa de Minas, deputado estadual Rogério Correa, na campanha de 1998 a Cemig repassou à SMP&B, de propriedade do empresário Marcos Valerio, R$1,6 milhão (em valores daquela época) para a campanha publicitária ‘A energia do bem’.

“Só que, na verdade, o recurso foi para o caixa 2 da campanha dos tucanos. O relatório do delegado Zampronha (da Polícia Federal) comprova claramente que nunca houve a produção da suposta campanha publicitária. A gráfica envolvida é uma gráfica fria, composta de laranjas do Eduardo Azeredo (ex-governador e ex-deputado federal ) e do Cláudio Mourão (tesoureiro do PSDB em MG).” Segundo o parlamentar, o então candidato a deputado federal tucano, Aécio Neves, recebeu R$110 mil deste recurso.

Da Redação em Brasília
Com PT na Câmara