Ato no Largo São Francisco repudia repressão

O Centro Acadêmico XI de Agosto da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), em conjunto com a UNE e outros movimentos sociais realizou nesta terça-feira (1°/04) um ato político-cultural ”50 Anos do Golpe: Repressão Ontem e Hoje”, no Largo de São Francisco, histórico reduto de resistência do movimento estudantil no centro de São Paulo.

O evento faz parte de uma série de manifestações para marcar a “descomemoração” do Golpe de 1964, uma das páginas mais infelizes da nossa história. A ideia foi reunir entidades e militantes do passado e do presente para discutir os resquícios da repressão ainda hoje. Participaram do ato a Comissão Estadual da Verdade de SP Rubens Paiva, União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP), Central Única dos Trabalhadores (CUT), e ex-alunos da Faculdade entre outros movimentos. Também participou do ato a proprietária do Sitio na cidade de Ibiúna (SP) que abrigou o histórico 30° Congresso da UNE em 1968, Neusa Simões. O evento prestou homenagens e contou com o relato de militantes que viveram o período.

“Há 50 anos o golpe militar aconteceu apoiado por uma elite que queria um projeto político e social que acabava com o sonho das reformas de base. Ainda hoje sofremos com essa democracia pela metade, apesar do voto direto temos uma polícia militar que mata jovens sem motivo nas ruas. Além de lembrar essa data, é dia de lembrar os nossos heróis”, discursou a presidenta da UEE-SP, Carina Vitral.

Carina terminou citando o ex-presidente da UNE, Honestino Guimarães, desaparecido durante a ditadura militar: “podem nos prender, podem nos matar, mas um dia voltaremos, e seremos milhões…”