Deputado ucraniano desmente presença russa em Lugansk

O deputado independente e candidato à presidência Serguei Tigipko desmentiu nesta quarta-feira (9) a suposta presença de militares russos e a existência de reféns no edifício do Serviço de Segurança da Ucrânia, na oriental cidade de Lugansk, ocupado por manifestantes.

Todos os rumores de que alguns são russos é pura invenção, assegurou o legislador em uma sessão informativa do Parlamento depois de visitar essa cidade e se reunir com os ativistas contrários aos golpistas impostos em Kiev após a derrubada do presidente Víktor Ianukovitch.

Tigipco informou que todas essas pessoas lhe mostraram seus passaportes da Ucrânia no imóvel ocupado, por isso, pessoalmente, pode afirmar que não há russos entre eles nem existe nenhum refém.

O candidato presidencial acrescentou que neste momento essas pessoas preparam suas reivindicações e têm a intenção de anunciá-las em breve.

As autoridades não escutam as demandas do sudeste. As pessoas apresentam certos requisitos, mas ninguém escuta e ninguém quer responder, criticou o deputado.

Criticou, também, que esses manifestantes sejam tachados de separatistas e outros qualificativos, quando na realidade se trata de pessoas comuns desejosas de algumas mudanças no país, as quais hoje ninguém escuta.

"Eles têm pedido reiteradamente a federalização do país e mais poderes para a região, mas sujeitos à unidade da Ucrânia", advertiu enfático Tigipco, citado pela publicação eletrônica Siegódnia (Hoje, em português).

O candidato presidencial prometeu debater este tema em breve com o presidente interino imposto e também presidente da câmara legislativa, Aleksandr Turchynov, além de analisar a criação de uma comissão parlamentar que, junto ao Executivo, ajude a encontrar uma solução a este problema.

Em uma atitude diametralmente oposta, o ministro de Interior, Arsen Avakov, disse que o conflito com aqueles que protestam nas regiões orientais de Lugansk, Donetsk e Carcóvia será resolvido nas próximas 48 horas mediante o diálogo político ou à força.

Sobre a segunda variante, o canal Russia Today reportou denúncias sobre a presença nessa região de mais de 150 mercenários norte-americanos contratados pela Otan através da empresa Greystone para mascarar sua ingerência na ex-república soviética .

Enquanto isso, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, ratificou o compromisso do bloco ocidental com os golpistas de Kiev ao anunciar a criação de um grupo de apoio à Ucrânia, o qual brindará assistência e assessoria técnica na aplicação de cortes neoliberais.

A criação desta equipe é um passo adicional, além dos 11 bilhões de euros prometidos pela União Europeia, que ainda vão chegar, e da assinatura da parte política do Acordo de Associação entre Kiev e Bruxelas, assinalou.

O diretor do Departamento de Investigação do Fundo Monetário Internacional, Olivier Blanchard, por sua vez, enfatizou que o programa de austeridade planejado para a Ucrânia, quase finalizado, é "potencialmente bom e estável", informou Ukranian News.

Fonte: Prensa Latina