Governo ucraniano utiliza Exército em repressão a protestos
Centenas de partidários da federalização da Ucrânia protestaram nesta terça-feira (15) na cidade de Carcóvia, reafirmando a vontade da população do leste do país, no meio do início de uma operação repressiva.
Publicado 15/04/2014 15:29
O autonomeado presidente interino Alexander Turchinov confirmou o começo, nesta terça-feira, da operação militar no norte da região de Donetsk, onde as milícias populares retêm o controle de prédios governamentais. Mas esclareceu que a ofensiva será escalonada.
Perto do protesto pacífico na praça Liberdade de Carcóvia, segunda maior cidade da Ucrânia, no qual são reivindicados direitos cívicos e de autodeterminação reuniram-se ativistas da euromaidan (a onda de protestos que levou ao golpe de Estado), unidos a elementos fascistas e torcidas de futebol, segundo informações da imprensa.
Ambas as manifestações acontecem cercadas por um forte cordão policial de agentes com cassetetes, capacetes e escudos.
Em Carcóvia, uma das primeiras cidades no leste a se levantar pela federalização, o governo recuperou na semana anterior o edifício administrativo ocupado pelos manifestantes através de uma operação conjunta da polícia, das tropas de interior e antimotins.
Ativistas opositores retêm pela segunda semana consecutiva o controle de prédios institucionais e do Serviço de Segurança nas cidades de Donetsk e Luganks, respectivamente.
Igualmente, na cidade de Slaviansk, situada no norte da região de Donetsk, as milícias populares instalaram nesta terça-feira sete novas barricadas para fortificar a defesa, diante de um iminente ataque militar anunciado para o curso de hoje.
Em Kramatorsk, ativistas opositores controlam da prefeitura ao aeroporto principal, mas não a delegacia, segundo comunicou a polícia regional.
Outra região rebelde é Górlovka, onde as milícias populares mantêm ocupadas a sede da administração e da polícia.
Os dirigentes comunitários anunciaram nessa terça que a cidade participará no referendo de autodeterminação da região de Donetsk, fixado pelos líderes do protesto para o dia 11 de maio.
Quanto à ordem de Kiev de iniciar a operação militar contra os rebeldes do leste ucraniano, o chanceler russo Serguei Lavrov advertiu que a decisão de empregar o exército contra os partidários da federalização é um desenlace perigoso dos acontecimentos nesse país.
O secretário do Conselho Nacional de Segurança de Ucrânia, Andrei Parubi, do partido fascista Svoboda (Liberdade) confirmou a partida para o leste de soldados da Guarda Nacional, integrada basicamente, segundo ele, por voluntários de autodefesas do Maidan, parte da tropa de choque que protagonizou o golpe de Estado em Kiev, em fevereiro passado.
Fonte: Prensa Latina