Centrais sindicais apresentam pauta dos trabalhadores à Câmara 

A dois dias da comemoração do Dia do Trabalhador, sindicalistas de sete centrais sindicais entregaram, nesta terça-feira (29), ao presidente da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), uma pauta com os projetos considerados prioritários para a classe trabalhadora. Na próxima terça-feira (6), a questão será debatida em comissão geral, conforme acertado entre os representantes da CUT, CGTB, CSB, CTB, Força Sindical, Nova Central e UGT e o presidente da Câmara.

Centrais sindicais apresentam pauta dos trabalhadores à Câmara - Agência Câmara

As principais matérias apontadas pelas centrais fazem parte da lista de propostas legislativas da pauta da 8ª Marcha da Classe Trabalhadora, realizada no último dia 9. E destacam a redução de jornada de trabalho para 40 horas semanais, a manutenção da política de valorização do salário mínimo, fim do fator previdenciário, destinação de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação, 10% do orçamento da União para a saúde e a correção da tabela do Imposto de Renda.

O deputado Assis Melo (PCdoB-RS), que participou da reunião, destacou ainda como questões relevantes para a classe trabalhadora e as centrais sindicais a rejeição ao projeto de lei que trata da terceirização e precarização das relações de trabalho e a aprovação do projeto que garante a igualdade de oportunidade para homens e mulheres.

E enumerou reivindicações mais gerais dos trabalhadores brasileiros, que dizem respeito a macroeconomia como a redução dos juros e do superávit primário; a reforma agrária e por um transporte público de qualidade, entre outras questão mais específicas como o combate à demissão imotivada e a negociação salarial no setor público.

Para Assis Melo, a organização, mobilização e união dos trabalhadores é fundamental para prosseguir na luta por conquistas e avanços. “Dessa forma nós conseguimos pressionar o Congresso para que dê ouvidos às reivindicações dos trabalhadores. Estamos lutando por bandeiras antigas, como a redução da jornada de trabalho, mas como ainda não foram atendidas vamos continuar lutando”, disse.

Redução da jornada

O líder da bancada do PT, Vicentinho (SP), que também participou da reunião, reforçou a importância de se debater temas importantes do mundo do trabalho que, segundo ele, são estratégicas para o conjunto dos trabalhadores.

Ele também destacou a necessidade de aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz de 44 para 40 horas semanais a jornada de trabalho, como ponto fundamental da agenda. Em sua avaliação, a medida “representará uma grande conquista do trabalhador brasileiro, que tem uma das mais longas jornadas de trabalho do mundo”.

Vicentinho fez questão de observar que a matéria está pronta para ser votada pelo Plenário da Câmara. O líder do PT frisou que a redução da jornada pode garantir a geração de mais de 2,5 milhões de empregos. O petista baseou-se nos dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Vicentinho observou também que a maioria dos países já conta com jornadas de 40 horas semanais.

“Em alguns países, a jornada é de 36 horas ou de 35, como é o caso dos metalúrgicos da Alemanha ou dos trabalhadores franceses”. E disse ainda que no Cone Sul, só o Brasil tem uma jornada maior”.

De Brasília
Márcia Xavier
Com agências