Movimento Sem Terra marcha pela Reforma Agrária em São Paulo

Cerca de 1200 Sem Terra, de várias regiões do interior de São Paulo saem, nesta terça-feira (6) do município de Itapevi e marcham rumo à capital paulista. Intitulada Marcha por Reforma Agrária Luiz Beltrame, a caminhada chega ao destino final da quarta-feira (7), onde acontecerá uma série de mobilizações.

Marcha do MST - MST

Os Sem Terra lutam pela realização da Reforma Agrária, paralisada nos últimos três anos. Em 2013, apenas 100 áreas foram desapropriadas, assentando 7.274 famílias. Em todo Brasil, há mais de 150 mil famílias acampadas.

O lançamento da marcha aconteceu na tarde desta segunda-feira (5), com Ato Ecumênico em Defesa da Reforma Agrária, no Complexo Desportivo Educacional João Salvani (mais conhecido como Ginásio Municipal), no centro de Itapevi.

Jornada Nacional

A Marcha faz parte da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, com mobilizações sendo realizadas pelo MST em todo território nacional. Neste ano, a maior parte das ações se concentra entre os dias 28 de abril a 10 de maio.

Em 17 estados, os Sem Terra já realizaram 25 ocupações de terra, 17 prédios públicos também foram ocupados, além de trancamento de rodovias, acampamentos e marchas pelas cidades.

Neste ano, duas datas importantes da história da luta pela terra no Brasil serão lembradas: os 18 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, quando 21 Sem Terra foram brutalmente assassinados pela Polícia Militar, no município de Eldorado dos Carajás (PA), em 1996, e os 50 anos do golpe militar.

Durante as mobilizações, os Sem Terra denunciam a estagnação da Reforma Agrária nos últimos três anos, exigindo um plano emergencial do governo federal para o assentamento das mais de 100 mil famílias acampadas, a paralisação do Programa Nacional de Habitação Rural, a reivindicação de um novo crédito para a agricultura familiar, a ampliação e fortalecimento de programas de compra de alimento direto dos assentados (PAA e Pnae), a retirada do tema da titulação dos assentados da MP 636 e medidas que garantam educação nos assentamentos.

Em paralelo as mobilizações, mais de 45 universidades públicas também se somam à luta dos Sem Terra e promovem a Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária, realizada ao longo de todo o mês de abril.

Fonte: MST