Barão e Fora do Eixo apontam desafios para o Midiativismo
Na noite de ontem (06), o midiativismo foi amplamente debatido no aconchegante Espaço Cultural Cortiço. Com a ilustre participação de Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos Barão de Itararé, Gabriel Ruiz do Mídia Ninja e Coletivo Fora do Eixo e mediado por Carina Vitral, presidente da UEE São Paulo. O evento foi organizado pela base do Barão de Itararé na capital Paulista com apoio da UJS São Paulo.
Publicado 07/05/2014 18:08 | Editado 04/03/2020 17:16
Por Eder Bruno, Vermelho SP
Não é nada difícil chegar a Rua Taguá, 179, perto do metrô São Joaquim, onde está localizado o Espaço Cultural Cortiço, um novo ponto de referência da boemia paulistana, além de um espaço interessantíssimo de debates. Nesta terça-feira passada, 06 de maio, o espaço foi reduto do “Midiativismo em Debate”, uma bela discussão sobre o ativismo na internet e a luta por regulamentação da mídia no país.
O evento transmitido pela PósTV foi realizado em um ambiente agradável e provido de um bate-papo interessante e descontraído entre os participantes. Gabriel Ruiz traçou um panorama histórico do Coletivo Fora do Eixo e a forma como o Mídia Ninja nasceu e se disseminou como um meio alternativo de cobertura jornalística, além da construção de um ativismo em forma de rede que supriu a necessidade de uma mídia menos tendenciosa, “Acreditamos que essa perspectiva de rede e de rua é o que traduz atualmente esse tal do midiativismo e cyber ativismo que tem hoje muito latente na sociedade, é muito legal também que depois de junho, que não só a mídia ninja, mas outros veículos de comunicação mais alternativo, ganharam muita força no país”.
Gabriel ainda ressaltou a importância do Mídia Ninja ter mostrado uma forma diferenciada de se fazer comunicação. “Essa ação do offine conectada com a ação das narrativas, de postar em tempo real, relatos e fotos, foi algo que entendemos como uma forma ativista muito interessante de se combater a imprensa tradicional. Às vezes as pessoas perguntam o que será do Mídia Ninja? sinceramente não sabemos, não estamos muito preocupados, achamos que já cumprimos um papel relevante que é mostrar para as pessoas que é possível criar um veículo independente, contrapor narrativas, fazer coisas em tempo real, dentro desse campo da comunicação”, finalizou.
Para Altamiro Borges, há dois grandes desafios que caminham juntos, “o primeiro grande desafio é aproveitar essa brecha tecnológica da internet para produzir o máximo de conteúdo próprio, fazer o tal do ciberativismo. Isso é a verdadeira liberdade de expressão, não é a liberdade de imprensa, entre aspas, que é a liberdade de 7 famílias que monopolizam a comunicação no Brasil. O segundo grande desafio é que, por mais que a gente produza muito conteúdo, nós vamos ser guerrilha diante de um exercito regular que é essa mídia tradicional que domina o Brasil”.
De acordo com Altamiro, enquanto não se derrotar o monopólio da mídia, não avançaremos na disputa ideológica, até porque a mídia tradicional entrou na mídia digital e disputa o espaço conosco. “Nas próprias jornadas de junho a mídia convencional disputou a subjetividade. A expressão maior disso é um sujeito que deveria ser diretor de cinema e não comentarista de política, um individuo melancólico chamado Arnaldo Jabour. Num dia ele diz que as manifestações do Movimento Passe Livre são manifestações equivalentes ao PCC (Primeiro Comando da Capital), que os jovens que estão na rua e não valem nem 20 centavos. Dois dias depois, fala que as manifestações são lindas e só que precisam ter eixo. Esse monopólio inclusive invade esse espaço digital, até porque não trouxas, e vão fazer a disputa de opinião”, destacou.
O espaço Cultural Cortiço recebe no próximo sábado o “Comunicando Redes”, com oficinas de: vídeo, fotografia, diagramação e jornalismo colaborativo. Para participar é só enviar um e-mail para [email protected] indicando qual oficina deseja participar. Mais Informações aqui.